Ficamos sozinhos quando somos exigentes. Ficamos sozinhos quando não mentimos. Ficamos sozinhos quando defendemos as nossas convicções. É um preço que estou disposto a pagar.
Pedro Mexia
Acreditemos
Na vida real as aparências estão do outro lado do espelho. Na vida real não me assemelho à simulação das evidências (SG)
sábado, dezembro 08, 2012
quinta-feira, setembro 20, 2012
Há qualquer coisa de errado...
... quando a minha mãe me compra uma Hola!. "Estás a precisar duma mundanice".
Se ficar melhor com histórias da família real espanhola é porque afinal está tudo ao contrário.
Adeus.
Se ficar melhor com histórias da família real espanhola é porque afinal está tudo ao contrário.
Adeus.
quinta-feira, setembro 13, 2012
A festa do Chibo, Mario Vargas Llosa
República Dominicana no tempo de Trujillo. A opressão, as mortes, a luta dos opositores. O livro começa no fim, com as lembranças de Urania Cabral. Viaja-se pela ditadura, pelos meandros do poder, a influência Norte-Americana e o "perigo" do comunismo. Descreve magistralmente situações de terror, que aterrorizam quem lê. Viciante.
Cal, José Luís Peixoto
É um conjunto de textos que foram sendo publicados pelo autor e que acabaram compilados neste livro. Contém 3 poemas, 17 contos e 1 peça de teatro. Emoções, personagens terra-a-terra, a velhice. Tudo se bebe neste livro, onde se sorri muito com tristeza, com uma certa nostalgia. A peça de teatro "À manhã": a minha preferida.
domingo, agosto 26, 2012
segunda-feira, agosto 13, 2012
Like
Sim, eu sei que não tenho actualizado este "estaminé", e também sei que ninguém fica sem sono por isso. Ando em leituras-descanso-família-amigos-sol-praia-mar. Ando feliz. E isso basta, não é?
terça-feira, julho 24, 2012
Quando Lisboa Tremeu, Domingos Amaral
"Os factos deste livro são baseados num acontecimento real. Portanto, qualquer semelhança com a realidade não é, pois, coincidência. A intenção é mesmo essa".
Este é o final da nota do autor e que define bem este romance. Num enredo de personagens cruéis ou altruístas, num cenário absolutamente dramático e desolador, Domingos Amaral consegue o melhor de dois mundos: uma realidade histórica que se conta através dum romance bem escrito. Lisboa, 1 de Novembro de 1755: quando a cidade tremeu.
O Prisoneiro do Céu, Carlos Ruiz Zafón
A história de um homem que "perdeu a alma e o nome". Barcelona recordada na década de 40 e vivida na década de 50. A história de Daniel que se cruza com a do seu grande amigo Fermín. A família Sempere, a história que os une. Fermín tem uma personalidade desiludida e sarcástica, entre o humor e o desalento. Regressa com Záfon o célebre Cemitério dos Livros Esquecidos. Um livro genial, como nos tem habituado o autor.
segunda-feira, julho 09, 2012
Os Imperfeccionistas, Tom Rachman
São vários contos que se cruzam no tempo, personagens que, separadamente, têm muito a ver umas com as outras. Um jornal de língua inglesa em Roma, os meandros duma redacção em tempos conturbados e competitivos. Não direi que é o melhor livro de 2011, nem tão pouco concordo com a crítica que faz do livro uma verdadeira obra-prima. É, no entanto uma óptima leitura e um livro extremamente bem escrito.
sexta-feira, julho 06, 2012
Um abraço
A ausência de gestos corajosos, a vida nos momentos mal amados.
Como é que podes, como consegues. O amor de portas abertas, os braços que de tão grandes conseguem abraçar o mundo inteiro. Como consegues amar tanto, ser tão intenso e alegre, como é possível que, depois de tudo, sejas capaz de dar tanto. Oferecer, de mãos abertas, o que de melhor há em ti. Que coragem, quanta perseverança, quanto amor.
Obrigada pelo teu amor. Obrigada por teres estado lá em baixo enquanto caía, por não me teres amparado a queda e por teres cuidado as feridas da maneira que dói mais,"Porque é assim que tem de ser: o que arde cura."
Obrigada por existires, por teres surgido na minha vida. Pelo dia em que adormeci nos teus braços, de tão cansada de tudo que estava.
Obrigada por seres grato pela metade que fiz por ti.
Como é que podes, como consegues. O amor de portas abertas, os braços que de tão grandes conseguem abraçar o mundo inteiro. Como consegues amar tanto, ser tão intenso e alegre, como é possível que, depois de tudo, sejas capaz de dar tanto. Oferecer, de mãos abertas, o que de melhor há em ti. Que coragem, quanta perseverança, quanto amor.
Obrigada pelo teu amor. Obrigada por teres estado lá em baixo enquanto caía, por não me teres amparado a queda e por teres cuidado as feridas da maneira que dói mais,"Porque é assim que tem de ser: o que arde cura."
Obrigada por existires, por teres surgido na minha vida. Pelo dia em que adormeci nos teus braços, de tão cansada de tudo que estava.
Obrigada por seres grato pela metade que fiz por ti.
segunda-feira, julho 02, 2012
quarta-feira, junho 13, 2012
Factos
- Comprei dois vestidos novos.
- O José Hermano Saraiva foi condecorado no 10 de Junho.
- Espanha é resgatada, mas só para a banca.
- Tenho lido muito pouco.
- O Ministro das Finanças falou hoje em mais uma Comissão-de-não-sei-quê e não perdi dois segundos a ouvi-lo.
- Tenho saudades.
- Adoro ver os jogos da selecção portuguesa mas embirro com a publicidade toda à volta do Euro.
O Carteiro de Pablo Neruda, Antonio Skármeta
Mário. Um preguiçoso pescador que se torna carteiro. O carteiro de Pablo Neruda, só. Começam as conversas, curtas, muito curtas para os desejos do Carteiro. A conturbada década de 70 no Chile, o amor às palavras. O amor pela poesia, pelas metáforas. Mário, o carteiro que se torna poeta.
Tubo de Ensaio, parte IV, João Quadros e Bruno Nogueira
É conhecida a graça que acho a estes dois senhores. Desta feita, a surpresa: finalmente um livro bem editado, com muito poucos erros (ainda vi alguns) e, portanto, sem a crítica que deixei nos restantes. Não é o conjunto de crónicas mais brilhante (gostei mais dos anteriores, embora ainda me falte ler a parte II) e uma óptima leitura relaxada.
sábado, junho 02, 2012
Madrid
Foram dias de matar saudades e de sair do sítio [que bom que é sair do lugar]. Foi a viagem com a A. e pôr a conversa em dia. Foi andar e rir no primeiro dia pela cidade, só porque sim, com a A. e o J [e ver como são felizes os dois]. Foi juntar velhos amigos, conversas e saudades. Foi matar saudades. Foi ser recebida em casa com um "regalo", foi o pequeno D. que no meio do seu espanholês não consegue dizer "Joana". Tia Nana, passei a ser a Tia Nana. Foi ser recebida com o maior carinho do mundo. O J. e a C. que me fizeram sentir em casa. Foi conhecer Madrid por quem lá vive, e depois por mim. Passear e olhar à volta: reparar. Perceber que não há nada melhor que os amigos e a seguir nada melhor do que viajar. Ter os 2, ao mesmo tempo, é o melhor do mundo.
Afortunada é pouco.
Afortunada é pouco.
quinta-feira, maio 17, 2012
Preciso mentir que te amo
Te dizer baixinho no ouvido
Te abraçar e fazer de conta
Que nesse amor não duvido
Preciso agora de um bem
Pode ser que amanhã
Eu me esqueça
e a olhar da janela de um trem
Um novo amor me apareça
Acordar de manhã
e fazer um café p'ra você
abraçar-te com cuidado
e depois adormecer-te
no meu porto
As Últimas Notícias do Sul, Luís Sepúlveda e Daniel Mordinski
«Este livro nasceu como a crónica de uma viagem realizada por dois amigos, mas o tempo, as mudanças violentas da economia e a voracidade dos triunfadores transformaram-no num livro de notícias póstumas, no romance de uma região desaparecida. Nada do que vimos existe tal como o conhecemos. De certo modo fomos os afortunados que presenciaram o fim de uma época no Sul do Mundo. Desse Sul que é a minha força e a minha memória. Desse Sul a que me aferro com todo o amor e toda a raiva.
Estas são, pois, as últimas notícias do Sul.»
É um livro que começa no paralelo 42º Sul em San Carlos de Bariloche e o regresso pela Patagónia chilena até à ilha de Chiloé. É, acima de tudo, um livro de pessoas. Uma viagem feita algures na década de 1990 por Luís Sepúlveda e Daniel Mordinski. Tem retratos e paisagens, tem o cheiro da Patagónia, tem o amor das gentes do Sul e a sua hospitalidade. Tem a crítica feroz aos que não respeitam a terra nem as gentes. Tem política, economia e amor. Tem tudo.
Estas são, pois, as últimas notícias do Sul.»
É um livro que começa no paralelo 42º Sul em San Carlos de Bariloche e o regresso pela Patagónia chilena até à ilha de Chiloé. É, acima de tudo, um livro de pessoas. Uma viagem feita algures na década de 1990 por Luís Sepúlveda e Daniel Mordinski. Tem retratos e paisagens, tem o cheiro da Patagónia, tem o amor das gentes do Sul e a sua hospitalidade. Tem a crítica feroz aos que não respeitam a terra nem as gentes. Tem política, economia e amor. Tem tudo.
quarta-feira, maio 09, 2012
Os sonhos são as minhas únicas orações. Deus que não me leve a mal. É que apenas me sobra uma pequena e temporária alma. Apenas à noite esse espírito se acende, em delicado sussurro para que ninguém mais escute. Peço desculpa por esta despromoção para bicho. Ter alma, contudo, é um peso que, só morto, sou capaz de suportar. Foi por isso que amei tanto, em tantos enganados amores. É por isso que caço. Para ficar vazio. Isento de ser homem.
Retirado do "Diário do Caçador".
A Confissão da Leoa, Mia Couto
Só há um modo de escaparmos a um lugar: é sairmos de nós. Só há um modo de sairmos de nós: é amarmos alguém. Excerto roubado aos cadernos do escritor.
Um acontecimento real: Em 2008, a empresa e, que trabalho enviou quinze jovens para atuarem como oficiais ambientais de campo durante a abertura de linhas de prospeção sísmica em Cabo Delgado, no Norte de Moçambique. Na mesma altura e na mesma região, começaram a ocorrer ataques de leões a pessoas. Em poucas semanas, o número de ataques fatais atingiu mais de uma dezena. Esse número cresceu para vinte em cerca de quatro meses.
É assim que se inicia o livro, com uma "explicação inicial" do autor. Depois, a história: entre a Versão de Mariamar e o Diário do Caçador. Uma aldeia no meio do nada onde os ataques dos leões se multiplicam. Uma aldeia em que a mulher é prisioneira dos usos e costumes. Um administrador, sua mulher Naftalinda. O escritor que acompanha a "expedição" da caça aos leões. Um caçador que, no fim de contas, não é capaz de caçar.
É conhecida a minha paixão por Mia. Este é só mais um livro que não se pode deixar de ler.
Um acontecimento real: Em 2008, a empresa e, que trabalho enviou quinze jovens para atuarem como oficiais ambientais de campo durante a abertura de linhas de prospeção sísmica em Cabo Delgado, no Norte de Moçambique. Na mesma altura e na mesma região, começaram a ocorrer ataques de leões a pessoas. Em poucas semanas, o número de ataques fatais atingiu mais de uma dezena. Esse número cresceu para vinte em cerca de quatro meses.
É assim que se inicia o livro, com uma "explicação inicial" do autor. Depois, a história: entre a Versão de Mariamar e o Diário do Caçador. Uma aldeia no meio do nada onde os ataques dos leões se multiplicam. Uma aldeia em que a mulher é prisioneira dos usos e costumes. Um administrador, sua mulher Naftalinda. O escritor que acompanha a "expedição" da caça aos leões. Um caçador que, no fim de contas, não é capaz de caçar.
É conhecida a minha paixão por Mia. Este é só mais um livro que não se pode deixar de ler.
quinta-feira, abril 26, 2012
O Retorno, Dulce Maria Cardoso
Rui é o narrador e também um jovem adolescente que vivia em Angola com a família em 1974. Nunca conheceu a metrópole até ser obrigado a fugir para lá. O pai fora preso horas antes por angolanos, não partiu com ele, a mãe e a irmã. Rui chega à metrópole como o "homem da família" que sente que tem de cuidar. Vão para um hotel como muitos dos retornados, até conseguirem refazer a vida. Mas as esperanças da metrópole rapidamente caem por terra. O retorno não é o exílio, mas podia ser. As saudades de África, o medo de o pai ter morrido, a metrópole que os não trata bem. A mulher do porteiro Queine. Os amigos que deixou. A escola em que a "puta" da professora de matemática manda os retornados para o fim da sala e nem se preocupa em saber o nome deles.
É um livro de tristezas, mas de esperanças e de sonhos. O pai acaba por chegar. O Tio Zé já não é "paneleiro", apareceu com a noiva.
Uma obra brilhantemente escrita.
Obrigada, M.
É um livro de tristezas, mas de esperanças e de sonhos. O pai acaba por chegar. O Tio Zé já não é "paneleiro", apareceu com a noiva.
Uma obra brilhantemente escrita.
quinta-feira, abril 19, 2012
terça-feira, abril 17, 2012
1Q84, Vol. II Haruki Murakami
É aqui, definitivamente, que se confirma o mundo paralelo de 1Q84. As personagens centrais são as mesmas: Aomame, Tengo e Fuka-Eri. Neste volume tudo se começa a desvendar, a relação entre as personagens centrais é cada vez mais intensa e as duas luas vieram para ficar. Aomame faz uma promessa por amor, sacrificando eventualmente a sua própria vida. Aqui há muito mais do ano de 1Q84 do que do ano de 1984. O Universo da música, do amor e dos gatos (ainda que os felinos tenham aqui muito menos protagonismo do que em outras obras de H.M.).
As Aventuras de Sherlock Holmes, Arthur Conan Doyle
Um conjunto de 12 contos inicialmente publicados numa revista britânica, prende o leitor do princípio ao fim. É o método "lógico-dedutivo" de Holmes apoiado pelo inestimável amigo Dr. Watson. Holmes é sempre chamado pela polícia britânica quando esta não consegue resolver algum caso, ou por pessoas que o procuram como detetive privado. O bom velho Sherlock é tido como inteligente e acutilante. E é.
A excitação da noite
O impensável aconteceu. Nunca me esqueci do dia em que ouvi na televisão um excerto deste livro. Cheguei a procurar isto na internet – por me recusar a comprá-lo, nem sei se ainda existe – e nunca encontrei. Hoje fui a um dos meus blogues preferidos. Eis que a Livreira Anarquista fez uma publicação sobre o livro “Sandálias de Prata” de Cristina Caras Lindas. Eu nem queria acreditar. Li na diagonal, só à procura do que me lembrava: a palavra “bidé” e a descrição do amor que um homem sente (ou pode sentir) quando vê uma mulher na sanita ou no bidé. A beleza da coisa, portanto. Não cabia em mim de contente quando esse excerto apareceu. Aqui fica a parte mais importante, o resto pode ler-se neste post divinal.
Ao ler esta maravilhosa passagem, ocorreram-me vários pensamentos. Um deles foi esperar que a minha moribunda avó - se algum dia ficar moribunda antes de morrer - nunca se lembre de um ensinamento destes ou, sequer, algo parecido. Ninguém merece.
“Lembrou daquela tarde em que ele entrou na casa de banho, ela estava no bidé, de costas para a porta, quando ouviu a voz de João, olhou para trás. Com as pernas, uma de cada lado, nas pontas dos pés, curvou-se para olhá-lo, curvando a cintura.
- Fica quieta – disse-lhe João. – Fica assim, eu já volto. Foi buscar as sandálias prateadas, calçou-a e pediu-lhe para ficar assim um momento. Ela misturou o sorriso ao corpo nu com a sensualidade natural que os cabelos caídos nos ombros lhe emprestaram.
- Sabes, Laura, quando é que um homem tem a certeza que está apaixonado por uma mulher?
- Não.
- Isto disse-me a minha avó. Ela era especial e delicada, paciente e sofrida. Antes de morrer, já doente, muito doente, pediu-me para ir ter com ela ao jardim para me mostrar a última rosa que, possivelmente, ela ia ver, uma rosa amarelecida, cor de chá. Ela era muito triste, mas um dia falo-te disso.
- Então quando é que um homem sabe que está apaixonado por uma mulher?
- Quando a vê na sanita ou no bidé e consegue ficar ainda mais enternecido. "
(negrito e sublinhado feitos por mim).
domingo, abril 08, 2012
Back
Chegar a casa de madrugada e ter um pai ao cimo das escadas com uma caçadeira imaginária. Ter um ataque de riso às 5 da manhã a meio da escadaria que já não me lembrava de subir com álcool no sangue. Acordar cedo, porque é uma casa cheia de gente que madruga. É ser acordada com beijinhos paternos porque já são horas. É não ter descanso, por mais que feche os olhos no sofá. É o canal Panda e "esborrachar os piquilinos com beijinhos". É tentar não fazer barulho a chegar a casa e já não me lembrar de metade dos truques.
São amigos que passam e cafés improváveis. É fugir de casa a meio da tarde porque já não aguento, mas voltar passado pouco tempo porque pode ser preciso alguma coisa. É não fazer o que me apetece porque não me posso afastar muito.
Hoje voltou tudo ao normal, ao início da noite. Hoje volto à minha casinha, onde a net vai abaixo e não tenho TV Cabo. Arrumar a roupa e a casa, trazer de volta a televisão e ficar. Que saudades de ficar.
Foi só uma semana.
quarta-feira, abril 04, 2012
terça-feira, março 27, 2012
É a primeira fotografia pessoal, realmente com pessoas, que aqui publico. Provavelmente será a última. Não vou estar na despedida, e ainda bem, porque sabes como as detesto. Como podes verificar, também, ultimamente tenho tido disso que chegue. Resta-me dizer-te que me vais fazer falta. E chega.
Esta fotografia remete-nos para a viagem mais tonta alguma vez feita. E das mais giras. Sevilha transformou-se em "frigideira" a 50 km - como é que se chamava aquela terra, mesmo? - em possibilidade de ficarmos apeados algures no meio da Andaluzia com o carro apreendido, em alergias e em muitos disparates.
Viva nós.
Esta fotografia remete-nos para a viagem mais tonta alguma vez feita. E das mais giras. Sevilha transformou-se em "frigideira" a 50 km - como é que se chamava aquela terra, mesmo? - em possibilidade de ficarmos apeados algures no meio da Andaluzia com o carro apreendido, em alergias e em muitos disparates.
Viva nós.
segunda-feira, março 19, 2012
Macau
Fui-me habituando a despedidas, apesar de continuar a não saber lidar com elas. Estive presente nos momentos mais importantes da tua vida, rimos muito (muito mais do que chorámos) juntos. Li a oração dos fiéis dedicada aos amigos no vosso casamento. Quando passaram a ser oficialmente dois, deram-me uma das maiores felicidades que os amigos podem dar. A maior demonstração de amizade e de confiança. Quando passaram a ser três, eu estava lá e tinha o papel mais importante do mundo. De repente passam a ser quatro, eu estava lá. Depois cinco, eu estava lá. Não há nada que me faça esquecer estes momentos.
Há dois dias despedimo-nos, apesar de eu ter tentado fugir sem o fazer. Chorámos. Foste embora e daqui a uns tempos levas contigo os restantes quatro. É caso para dizer uma grande asneira, de te insultar muito, apesar de ter apoiado a decisão. Vou-me habituando à ideia, por mais que custe. E por maior que seja a distância, tudo nos liga. E isso é que importa.
quarta-feira, fevereiro 29, 2012
terça-feira, fevereiro 28, 2012
O Último Cabalista de Lisboa, Richard Zimler
Lisboa, 1506. Era Páscoa e reinava em Portugal D. Manuel I. Milhares de judeus e cristãos-novos eram levados para as fogueiras do Rossio pelos frades e população católica. O Tio de Berequias Zarco, o narrador, é assassinado no seu esconderijo e tudo parece estranho. Terá Abraão Zarco sido vítima da ira dos católicos? Tudo indica que não, tudo cheira a traição. Abraão Zarco não só era a figura paterna de Berequias como uma das figuras mais respeitadas dentro do mundo judeu em Portugal. Era o que melhor conhecia a "cabala", a história filosófica judia, e o mestre de todos os que a queriam aprender. Toda a ação se centra na busca do traidor que matou Mestre Zarco, nos riscos que o jovem Berquias atravessa, numa Lisboa a cheirar a morte. Em toda a obra se questiona também a existência de um Deus que permite que tamanhas atrocidades se façam em nome d'Ele.
domingo, fevereiro 26, 2012
quarta-feira, fevereiro 15, 2012
Fenómenos da Internet
Estava no Facebook e naquela irritante barra do lado direito onde aparece tudo o que os meus amigos fazem, comentam ou gostam, qual Big Brother, vi que uma amiga tinha gostado duma publicação do Markl - reparem como não escrevi o 1º nome, na tentativa de, quando ele "googlar" o nome dele para saber as "últimas" da sua pessoa (não é uma crítica, acho que faz bem) eventualmente não venha aqui parar. Ou, se vier, aqui fica o recado: por favor não linke o meu blogue no Facebook, que eu cá não gosto muito de ser insultada e sou conhecida pelo meu mau feitio. Bom, continuando, fui ver do que se tratava - ando, claramente, com pouco que fazer - e basicamente há uma miúda (deve haver várias, mas fiquei a conhecer a primeira) que não gosta do Markl, ou que já gostou e não gosta, ou outra coisa qualquer que não interessa, e que publicou um artigo a explicar porque não gosta do senhor.
Claro que a publicação foi inundada de comentários, uns insultuosos, outros nem tanto. Fosse eu dessas coisas e haveria aqui muita "matéria" para analisar, mas não só não me apetece, como nem tenho grande jeito para a coisa.
Basicamente pus-me a imaginar o que seria se me inundassem o blogue com insultos (há um que, sem mais nem porquê, resolve chamá-la de "puta" qualquer coisa, outros que insinuam que a miúda tem é falta de sexo, outros que é mal amada, enfim, só coisas simpáticas). Bem sei que a maioria dos blogues são públicos e que quando se escrevem coisas que possam não ser consensuais a coisa pode dar para o torto. Lembro-me da autora de um livro que li e que publiquei aqui ter vindo comentar o meu "post". Inicialmente entrei em pânico - critiquei algumas coisas no livro - mas depois percebi que me estava a pôr a jeito. A senhora, graças a Deus, era educada e até concordou comigo, explicando o porquê daquilo que tinha criticado.
Enfim, voltando à vaca fria, e não estou a chamar vaca à miúda (ao que parece ela terá dito que a mulher do M. tinha um "nariz de porco" e não quero ir por aí, que com sorte ainda me dizem que tenho nariz de galinha, ou qualquer coisa bem pior) no meio de dezenas de comentários desagradáveis a pequena lá vai respondendo, o M. mete-se ao barulho e, com a piada que tem e como escreve lindamente, lá me escangalhei a rir algumas vezes. Mas isto porque não era o meu blogue. Não percebo uma série de coisas - vou descobrindo, aliás, que quanto mais velha fico menos entendo as pessoas em geral - mas não entento por que raio o Markl se digna a uma publicação daquelas no FB; não entendo as pessoas que o vão defender acerrimamente como se tivessem insultado a mãe de cada um deles; em suma, não entendo estes fenómenos das redes sociais e da blogosfera.
Fica o desabafo.
Claro que a publicação foi inundada de comentários, uns insultuosos, outros nem tanto. Fosse eu dessas coisas e haveria aqui muita "matéria" para analisar, mas não só não me apetece, como nem tenho grande jeito para a coisa.
Basicamente pus-me a imaginar o que seria se me inundassem o blogue com insultos (há um que, sem mais nem porquê, resolve chamá-la de "puta" qualquer coisa, outros que insinuam que a miúda tem é falta de sexo, outros que é mal amada, enfim, só coisas simpáticas). Bem sei que a maioria dos blogues são públicos e que quando se escrevem coisas que possam não ser consensuais a coisa pode dar para o torto. Lembro-me da autora de um livro que li e que publiquei aqui ter vindo comentar o meu "post". Inicialmente entrei em pânico - critiquei algumas coisas no livro - mas depois percebi que me estava a pôr a jeito. A senhora, graças a Deus, era educada e até concordou comigo, explicando o porquê daquilo que tinha criticado.
Enfim, voltando à vaca fria, e não estou a chamar vaca à miúda (ao que parece ela terá dito que a mulher do M. tinha um "nariz de porco" e não quero ir por aí, que com sorte ainda me dizem que tenho nariz de galinha, ou qualquer coisa bem pior) no meio de dezenas de comentários desagradáveis a pequena lá vai respondendo, o M. mete-se ao barulho e, com a piada que tem e como escreve lindamente, lá me escangalhei a rir algumas vezes. Mas isto porque não era o meu blogue. Não percebo uma série de coisas - vou descobrindo, aliás, que quanto mais velha fico menos entendo as pessoas em geral - mas não entento por que raio o Markl se digna a uma publicação daquelas no FB; não entendo as pessoas que o vão defender acerrimamente como se tivessem insultado a mãe de cada um deles; em suma, não entendo estes fenómenos das redes sociais e da blogosfera.
Fica o desabafo.
Capitães da Areia, Jorge Amado
Crianças sem eira nem beira, marginais. São os Capitães da Areia. Pedro Bala, Professor, Gato, Sem Pernas, Pirulito, Querido de Deus. O Padre José Pedro, que os vai acompanhando e tentando "converter". Um grupo de rapazes (mais tarde passa a ser um grupo de rapazes e de uma rapariga, a amada Dora, mãe criança de todos os rapazes, noive de Pedro Bala) com noções de camaradagem, lealdade. Acima de tudo com a noção de sobrevivência.
A Bahia é o palco da história, o "trapiche" o lar de todas estas crianças. Amado denuncia a realidade duma sociedade altamente injusta, uma justiça cruel, uma juventude sem futuro. O eterno fosso entre os ricos e os pobres.
A Bahia é o palco da história, o "trapiche" o lar de todas estas crianças. Amado denuncia a realidade duma sociedade altamente injusta, uma justiça cruel, uma juventude sem futuro. O eterno fosso entre os ricos e os pobres.
quarta-feira, fevereiro 08, 2012
sexta-feira, fevereiro 03, 2012
Tenho tanta coisa para te contar. Que sinto a tua falta, apesar de nem sempre parecer. Que nunca, mesmo nunca imaginei ter a sorte de te ter sempre que preciso. Mesmo que aqui não estejas, mesmo que quase nunca estejas, sinto-te todos os dias. Abraço-te, encosto-me a ti e às vezes há silêncio, outras apenas uma gargalhada, entre lágrimas. Se não podia tudo ser mais simples. Se não podíamos viver este nosso mundo sempre, todos os dias das nossas vidas. A simplicidade deste amor que não exige nada para além da obrigação de sermos felizes. Porque merecemos, não apenas porque sim. "Tudo se há-de resolver" e a verdade é que sempre tudo se resolve. Acho que é por existirmos. E que simples que é.
Este "pedaço" é para muita gente. "Muita gente" pode apenas significar algumas pessoas. "Algumas pessoas" não são muitas, mas são aquelas que pertencem ao meu mundo, aquele que é só meu. O único que ninguém pode roubar. O que não podem destruir. Nunca.
quinta-feira, janeiro 26, 2012
1Q84, Haruki Murakami
Um enredo de personagens solitárias e intrigantes. Duas histórias que parecem paralelas mas onde se vai vislumbrando um cruzamento.
Esbarramos também na literatura e cultura nipónicas, dentro do fascínio a que Murakami já nos habituou.
É o 1.º duma triologia, é um sofrimento enquanto o 2.º não é publicado.
domingo, janeiro 22, 2012
Canção para não voltar
Não me espere porque eu não volto logo
Não nade porque eu me afogo
Não voe porque eu caio do ar
Não sei flutuar nas núvens como você
Você não vai ententer
Que eu não sei voar, eu não sei mais nada.
Cenas
O mundo não colapsa quando temos direito a amigos e a abraços. Muitos abraços. Muito amor.
Não gosto de mundos sem sorrisos.
Não gosto de mundos sem sorrisos.
segunda-feira, janeiro 09, 2012
O livro foi escrito quando Saramago tinha 31 anos. Nota-se um estilo diferente, mas ainda assim único. Sentimo-nos na Clarabóia dum prédio lisboeta, onde toda a história se desenrola. De andar para andar, novos e velhos que lá vivem, as suas vidas e suas angústias. Década de 50 num país austero nos costumes e na forma de vida. Um sapateiro-filósofo; uma dona de casa, mãe e mulher infeliz; duas jovens filhas-sobrinhas; uma mulher que vive às custas do amante; uma menina que afinal já é moça; um hóspede invulgar.
Foi uma leitura dolorosa por não querer que chegasse ao fim.
segunda-feira, dezembro 26, 2011
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