quinta-feira, abril 30, 2009

Para o 1º de Maio

Eu hoje venho aqui falar
duma coisa que me anda a atormentar
e quanto mais eu penso mais eu cismo
como é que gente tão socialista
desiste de fazer o socialismo
é querer fazer arroz de cabidela
sem frango nem arroz nem a panela
(...)
Eu amanhã posso não estar aqui
mas também, para o que eu aqui repeti...
é que eu não sou o único que acho
que a gente o que tem é que estar unida
unida como as uvas estão no cacho
unida como as uvas estão no cacho

Sérgio Godinho

terça-feira, abril 28, 2009

E o povo, pá?

Dá-lhe, Falâncio!

Obrigada J.M. por esta maravilha!!!

sexta-feira, abril 24, 2009

Do 25 de Abril




A Revolução faz 35 anos e para a comemorar lembrei-me do poema de Manuel Alegre, há 5 anos, quando o Governo da Coligação PSD/CDS resolve tirar o "R" de Revolução e espalhou cartazes pelo país com a palavra "Evolução".






Trinta anos depois querem tirar o r
se puderem vai a cedilha e o til
trinta anos depois alguém que berre
r de revolução r de Abril
r até de porra r vezes dois
r de renascer trinta anos depois


Trinta anos depois ainda nos resta
da liberdade o l mas qualquer dia
democracia fica sem o d.
Alguém que faça um f para a festa
alguém que venha perguntar porquê
e traga um grande p de poesia.


Trinta anos depois a vida é tua
agarra as letras todas e com elas
escreve a palavra amor (onde somos sempre dois)
escreve a palavra amor em cada rua
e então verás de novo as caravelas
a passar por aqui: trinta anos depois.»
Manuel Alegre

quinta-feira, abril 23, 2009

Sputnik, Meu amor Haruki Murakami




Sputnik, Meu amor retrata a solidão e a ausência. É melancólico sem ser lamechas. Uma paixão platónica de uma mulher por outra; um amor sem limites do narrador por uma das mulheres. O amor, sempre o amor. Sputnik significa em russo "companheiro de viagem" e é numa viagem à Grécia (suponho haver uma certa obsessão de Murakami por este país, já em Crónica do pássaro de corda é uma constante) que tudo acaba por acontecer: Sumire, qual satélite russo, desaparece sem deixar rasto.

Há também uma certa obsessão da minha parte por Murakami, confesso.




terça-feira, abril 21, 2009

1ª sessão de BC

Não compreenderão todos o que o título quer dizer, ainda que explique que "BC" quer dizer "Balanço de Competências".
Não foi igual à primeira formação que dei, quando tremia por todos os lados e não conseguia olhar para as pessoas (que até hoje não esqueço). Hoje comecei (a valer) a minha nova profissão. Hoje saí duma sala sem luz natural e com eco de sorriso estampado na cara. Bem sei que não vai ser sempre assim, mas hoje os olhos raiados de vermelho, as pernas a doerem (ainda que não tenha tremido) e a sensação de que já não digo coisa com coisa fazem sentido!
Depois desenvolvo.
PS - Hoje nasceu o Guilherme, hoje é o primeiro dia do resto da sua vida. Hoje não vai ser um dia a esquecer nos próximos anos.

domingo, abril 19, 2009

Conversas de café

Não quis, no meio daquela conversa, dicordar demais. Falou-se de viagens, de mudar de vida, de viver fora de Coimbra, de Portugal. Discordei q.b., porque sempre encontrei um certo provincianismo em pessoas que dizem mal do país que têm porque só conhecem o lado bom (turístico ou não) do estrangeiro. Falou-se do glamour de Nova Iorque, da maravilha dos EUA (qual terra das oportunidades) e dos países mais desenvolvidos que nós. Não quis, mais uma vez e como sempre faço quando discordo do que ouço, no alto da minha arrogância porque acho que ninguém vê as coisas como elas são, mostrar o poder do meu ventrículo esquerdo e lembrar tudo o que de mau há nesses sítios, bem como cá, ao nosso lado, na nossa rua ou bairro. Calei-me.
E depois encontrei isto, no blogue do Pedro Ribeiro onde vou habitualmente através do blogue da minha grande amiga Francisca. E diz tudo o que penso sobre o assunto.


segunda-feira, abril 13, 2009

2

São 2 anos, 2 beijinhos, 2 gargalhadas, 2 saudades, porque a saudade passou a ser mensurável.
Comemoram-se 2 anos de menino, 2 anos de tia babada.

Sabes o mundo inteiro? Eram precisos mais de 2 para caber lá o quanto gosto de ti.

Gosto


Gosto do vosso cheiro, dos sorrisos, das gargalhadas e das birras.

Gosto de inventar brincadeiras, de rebolar no chão, de quando me vêm acordar ao colo da avó.


Gosto das festinhas que o Mano dá ao Migalhinha e das súbitas mudanças de humor quando lhe resolve dar uma palmada.


Gosto de brincar à plasticina e de fazer festas que dóem ao Cupi.


Gosto de vocês mais do que achei ser possível.


quarta-feira, abril 08, 2009

A Má Hora (o Veneno da Madrugada)


de Gabriel García Márquez. A vida duma localidade envolta em pasquins, o que todos sabem sobre a vida privada de cada um torna-se público anonimamente. Chega a hora da desgraça quando um marido ferido no seu orgulho pela infidelidade da mulher tornada pública assassina o amante responsável pelo adultério. Todos estão ameaçados (não há vida sem segredos) e todos podem ser responsáveis.

A personagem: o Padre Ángel (não explico porquê porque estragaria parte do prazer da leitura do livro).


Confesso que a determinada altura me perdia no meio da história, talvez por isso não tenha achado o livro fantástico como quase todos os que li de Gabo. Não sei se a culpa é do livro (e do seu autor) ou minha. Daqui a uns tempos veremos, quando me entregar à sua releitura.

terça-feira, abril 07, 2009

Do amor

«O amor é quando um velhinho e uma velhinha ainda são amigos, mesmo depois de se conhecerem muito bem.»

Tommy, 6 anos

Recebi por email uma série de frases de crianças acerca do amor. Esta foi uma delas e não podia ser mais verdadeiro.