terça-feira, dezembro 29, 2009

Não gosto de balanços

Nunca gostei, acabo sempre por considerar importante o que no final acaba por ser supérfluo. Supostamente não gosto de anos ímpares, e normalmente são os que trazem mudanças - e eu gosto de mudanças. Não gosto do espírito "foi mais um ano que passou", como se fossem todos iguais, mais ou menos equivalente ao "vai-se andando" ou ao "menos mal" que me irritam profundamente (há coisas que, por mais que os anos passem, não mudam em mim).
Gosto de recomeços, ainda que por vezes seja tão difícil pôr pontos finais. A pontuação é, de facto, um dos maiores problemas da minha vida (ok, esta nem eu entendo muito bem, mas no fundo faz sentido). Tenho muita dificuldade em fazer parágrafos ou mudar de capítulo, por isso não há promessas de recomeços, de finais, de coisas definitivas. Não sei se foi este ano, mas se não foi ajudou muito: aprendi que nada é para sempre e isto vale para o bom e para o mau - apesar de tudo, mais para o mau do que para o bom, o que é óptimo. Se faço sentido? Provavelmente não, mas estou-me nas tintas! Deixo os entendimentos para o ano que vem e não é adiar muito, como tantas vezes faço.

quarta-feira, dezembro 23, 2009

Sim, sou optimista

mas não tenho de ser sempre. Não tenho de aceitar de sorriso nos lábios o que não compreendo. Na vida somos o que somos. Ponto.
Todos temos maus momentos, eu tenho (muitas vezes) os meus. Não têm de me aturar, se o fazem é porque querem, porque talvez me compreendam melhor do que eu mesma. O que eu não compreendo não tenho de aturar. Não compreendo quem apregoa felicidade sabendo que não é feliz. Não compreendo como é que se pode ter uma visão dum mundo que não existe: e nada disto tem a ver com teorias políticas ou ideológicas, tem a ver com a vida como ela é.

quarta-feira, dezembro 16, 2009

Em jeito de sms

Bati-te à porta e não estavas.

quarta-feira, dezembro 09, 2009

A Ignorância, Milan Kundera

Quando se fala da obra de Kundera, não se pode dissocia-la da vida do autor. Exilado em França desde 1975, depois de ter sido expulso (pela 2ª vez) do Partido Comunista Checo e de uma intensa actividade política, Kundera acaba sempre por, na sua obra litarária, escrever sobre os temas da emigração, da política, da liberdade, da saudade.
"A Ignorância", publicado em 2000, tempos depois da Queda do Muro e do Comunismo na actual República Checa, não foge à regra, mas desta vez aborda o "sentido" de voltar à terra natal. E objectivamente não lhe dá grande sentido, uma vez que as lembranças têm uma espécie de validade e os laços não são eternos.  Faz constante referência à "Odisseia" de Homero, em que Ulisses volta ao lar depois da Guerra de Tróia e pouco se identifica com a realidade que o rodeia (fez-me recordar também o inferno das Traduções de Latim para Português nos meus tempos de Liceu).

quinta-feira, dezembro 03, 2009

Caim, José Saramago

Muito já se escreveu sobre o assunto. Digo "o assunto" propositadamente, porque muito pouco se disse do livro enquanto obra literária. Sobre o livro tenho a dizer que é brilhante, como todos os que li de Saramago. Literariamente brilhante. "Caim" não pretende ser - não pode pretender - literatura histórica, mas só pode ter sido escrito por alguém que conhece muito bem o Antigo Testamento. É verdade que Saramago se excede naquilo que considera ser a história de Caim - o livro refere, aliás, não só a vida de Caim, mas todo o Primeiro Livro do Génesis, uma vez que "descreve" aquilo que considera ser a história de Adão e Eva, Abel e Caim, Torre de Babel, Arca de Noé - tudo através da vida de Caim. E sim: é brilhante.
Não posso, no entanto, deixar de dizer o que penso sobre a polémica lançada pelo autor. Saramago excedeu-se no que disse e sublinho "disse" porque penso que relativamente ao que escreve, por muito pouco que se goste, é uma questão de "livre arbítrio" e de uma interpretação que, ainda que não concordando com ela, lhe reconheço o direito de ter. Ainda assim não posso reconhecer o livro como uma "verdade histórica" uma vez que o 1º Livro do Génesis não é histórico, mas uma interpretação histórica da situação humana, uma interpretação teológica e só pode ser lido desta maneira.

quarta-feira, dezembro 02, 2009

Budapeste

Aeroporto da Portela, 4 da madrugada. Avião-Escala-Avião (faz-me pensar que já pisei quatro vezes solo Alemão e nunca fui à Alemanha - registo para próxima viagem).
Budapeste:
Viagem até ao Hotel: o susto. Prédios devolutos, verdadeiros monumentos em ruínas.
Passeio, apesar do sono, da "quase-directa", caminhar por Peste. O centro, a cidade junto ao Danúbio. O Parlamento visto por fora, a cidade mais cuidada, mais cosmopolita. Comprar bilhetes na Ópera para um espectáculo de Jazz, Dança, Tec (que se revelou surpreendentemente bom). Por mero acaso, a feira de Natal que já tínhamos programado visitar, embora não naquele dia. Gente e mais gente. Vinho quente, cheiro a doces e a comida, muito artesanato, muita pele. Uma visão geral de Peste que nos serviu de muito para o resto da estada.
Dia 2: Visita ao "Memento Park" onde "jazem" as estátuas da altura da Guerra Fria, em que a Hungria "foi passada" para os Soviéticos. As botas de Estaline, estátuas imponentes que revelam bem os anos de regime soviético que a Hungria viveu. Curiosamente, nenhum húngaro a quem perguntámos se sabia como se ia para lá pareceu conhecer tal Parque.
Visita ao lado Buda, um almoço primordial (a cozinha húngara, é, aliás, muito boa) para dar forças para subir já de noite até à Citadella, com uma vista linda sobre o Danúbio e sobre Peste.
Dia 3: Visita à zona de "Castle Hill" do lado Buda, com zonas fantásticas, casas cuidadas, Igrejas belíssimas e, mais uma vez, uma vista sobre Peste que não dá para esquecer. De volta a Peste, mais um passeio, a Basílica de Santo Estevão, o mercado Húngaro, um bocadinho de descanso para o espectáculo na Ópera com amigos que se encontram no aeroporto e com quem se passam momentos tão agradáveis como inimagináveis. Jantar mais uma vez melhor que bem e em boa companhia.
Os Húngaros parecem um povo triste, por vezes antipático (salvaguardanto, no entanto, muitas das pessoas com quem nos cruzámos em restaurante e sítios tipicamente turísticos que foram sempre de uma simpatia e educação extremas - quase sempre, vá!).

Obrigada M. pela companhia e por sermos parecidas em tanta coisa no que respeita ao espírito do viajante!

Pensamento do Dia

Nasci para viajar, para ser cidadã do mundo.
Lá chegarei.

terça-feira, novembro 24, 2009

Dentro de alguns dias

vou-me pirar daqui. Voltarei com novidades e com mais dedicação ao blogue, que anda meio morto, só com leituras.

Até lá pode ser que escreva mais qualquer coisa. O que não aparece é equivalente ao estado de espírito deste presente que é tudo menos do indicativo (pelo menos, espero que assim seja).

segunda-feira, novembro 16, 2009

Ainda Murakami

A Sul da Fronteira, a Oeste do Sol. Haruki Murakami


A vida solitária de Hajime, o narrador de mais um romance fantástico de Murakami. Criança e homem solitário, cuja vida foi acontecendo sem grandes precalços: filho único (o que no Japão, à época, era pouco normal) trava desde cedo amizade com Shimamoto, uma menina também filha única que partilhava com Hajime os discos do pai e o gosto pela música: "South of the Border, West of the Sun" de Nat King Cole era uma das músicas ouvidas por ambos e que deu o título ao romance.
A vida separa-os e mais tarde reúne-os, não sem antes algumas mulheres terem passado pela vida de Hajime. Do passado de Shimamoto pouco se sabe. Hajime põe tudo em causa por Shimamoto: o trabalho (2 bares de Jazz de que é proprietário), a mulher e as filhas. Como em muitos dos romances de Murakami, as mulheres são sempre enigmáticas, e onde a fronteira entre o real e a fantasia é extremamente ténue.
A ler.

sexta-feira, novembro 13, 2009

Juro que não entendo

Contei-te a novidade com o entusiasmo duma criança que recebe um brinquedo novo.
Fizeste disso um cavalo de batalha que não entendi, como a criança que pisa e parte "mais ou menos sem querer" o jogo novo que tinha acabado de montar.

terça-feira, novembro 10, 2009

Em vias de...

... dar o grito do Ipiranga. Depois explico.

terça-feira, novembro 03, 2009

Os Homens que Odeiam as Mulheres, Stieg Larson


O primeiro livro da triologia Millennium que Stieg Larson escreveu sem nunca ter conhecido o seu sucesso por ter morrido pouco depois. "Os homens que odeiam as mulheres" é um livro extraordinariamente bem escrito, cheio de pequenas histórias que são contadas em pormenor e que ajudam a densificar as personagens.
A personagem central é Mikael Blomkvist, um jornalista desacreditado depois de escrever acerca do grande financeiro sueco WennerstÖm, o que chega a levá-lo à prisão. Entra na história Henrik Vanger, e depois dele muitas outras personagens de incrível densidade, com histórias por vezes terríveis e segredos inimagináveis.
Faltam os restantes livros da triologia, que garanto que não vou perder. O livro já estreou em filme em Portugal.

Obrigada M. pela sugestão!

quinta-feira, outubro 29, 2009

Não tenho a certeza se sonhei...

"... e depois Deus deu-me a Graça de te ter ao meu lado. E isso basta."

segunda-feira, outubro 19, 2009

Dos nomes fantásticos

Airiza, Idrisse, Liduína, Lilá, Lutgarda, Madaleno, Mapril, Maria do ó, Mesaque, Mimoso, Nenrode, Nelmo.

Não, não são potenciais nomes que quero dar aos meus potenciais filhos. São nomes que existem, que podem ser registados em Portugal.

Mas há mais:

Lícidas (e atenção, é um nome masculino), Lindorfo, Manassés, Melquisedeque, Mileu (mas aqui atenção, "preferencialmente precedido da partícula do), Neóteles, Olivério.... e por aí em diante.

Muito bom. Quero que o meu filho se chame Muito Bom. Se puder ser....

terça-feira, outubro 13, 2009

segunda-feira, setembro 28, 2009

Mensagem

Ainda estou a assentar ideias para te dizer realmente o que sinto. Da última vez que falei de ti fiquei com a voz embargada e sabes bem como detesto chorar à frente de quem quer que seja
apesar de me teres amparado algumas lágrimas ao longo destes anos todos
valeu-me a precisão cirúgica da "outra" M de me dizer qualquer coisa como "a casa de banho está livre, não estavas aflita?"(hilariante, eu sei) .
Logo que consiga, dir-te-ei o que quero, para já não posso ser mais clara do que isto: quero que sejas muito, mas mesmo muito feliz!

sexta-feira, setembro 25, 2009

Pensamento do Dia

Tratar o Miguel Portas por "Sr. Miguel" é parvo porque como toda a gente sabe a malta do Bloco trata-se sem "títulos" e normalmente por tu. Mas ele dizer-me que não tenho ar de quem precisa de ser convencida preocupou-me um bocadinho...

quinta-feira, setembro 24, 2009

Pensamento do Dia

Deixei de ter dias para tantas horas.

segunda-feira, setembro 21, 2009

Hoje a arte é o teatro que é pessoas a fazer o que lhes apetece e depois é arte... :)

After Dark - Os passageiros da noite, Haruki Murakami




Várias histórias passadas numa noite. Tóquio de madrugada, um narrador desconhecido que paira junto das pessoas que fazem as histórias que narra. Uma espécie de fantasma, um tipo de câmara oculta. As personagens são sempre densas, a música sempre presente (o jazz, principalmente, como é óbvio em Murakami) e o ambiente é, a maioria das vezes, soturno. Não será o meu livro preferido de Murakami, mas nem por isso deixo de aconselhar, principalmente àqueles que já o conhecem (não será, porém, um livro que recomendaria a quem não conhece o autor).


quinta-feira, setembro 17, 2009

quarta-feira, setembro 16, 2009

Coisas que adoro

Deitar-me em lençóis lavados.
O sorriso da Carolina quando vê a Madrinha (e já não vê há tanto tempo...).
Os abracinhos do Vasco.
A gargalhada pequenina do Migalha, seguida de um ataque de soluços.
Umas cervejas com amigos e com os amigos dos amigos.
Perceber que sou feliz quando menos espero ou quando não faria grande sentido por estar tudo igual a ontem.

sexta-feira, setembro 11, 2009

Ele há coisas do Diabo...

Ouvi na rádio, não consigo encontrar no Google.
Um maravilhoso spot a falar dos benefícios de ir votar. A comparação é um corte de cabelo que não queremos.
Ingredientes:

Uma voz nazalada a fazer lembrar os antigos anúncios de mil novencentos e troca-o-passo (ou o Mister Cimba do Aleixo, ou até mesmo o megafone do circo a anunciar as Focas do Alasca na Praia de Mira) a dizer algo do tipo "o que acontece quando nos fazem um corte de cabelo que não escolhemos".

Uma mulher a gritar (mesmo a gritar!) quando se olha ao espelho que diz qualquer coisa como "que horror!!!".
A conclusão: Não deixe que os outros decidam por si. Vote.
Atenção: o spot é bastante mais ridículo do que esta descrição, até porque quando comecei a ouvir esta maravilha achei que era um anúncio de gel e não liguei (só porque não uso gel). Mas não. Era um "repto" à participação nas próximas eleições.
Post scriptum (por extenso para não haver confusões) - estou sempre a queixar-me que a minha cabeleireira nunca corta o cabelo como eu quero. A partir de agora vou rebolar no chão a rir sempre que o disser. Porque ir ao cabeleireiro passou a ser mais ou menos equivalente a ir votar. Não sei se até não gosto da ideia.

terça-feira, setembro 08, 2009

Das coisas em que fico a pensar

"Sabes que um dia vens parar a Lisboa, não sabes...?"

Bastard. Vai-te lixar. E agora, o que faço do meu dia? :)

segunda-feira, setembro 07, 2009

Últimas

Feitas as actualizações das leituras, decidi que não vou ficar amuada. Hoje as férias acabam, mas foram tão boas e deram para descansar tanto que amanhã, de volta ao trabalho, vou aparecer de peito aberto e sorriso nos lábios. Vamos ver quanto dura.

No teu deserto, Miguel Sousa Tavares


Um livro a duas vozes que MST preferiu classificar de "quase romance". É uma passagem, uma viagem, um deserto. Cláudia é jovem, bonita, aventureira. Ele (o narrador que não tem nome) é igualmente aventureiro, presume-se (presumi eu, porque todos aqueles que gostam do deserto e das estrelas são bonitos) que igualmente bonito, menos jovem do que ela.

Lê-se duma assentada e pode-se chorar. Ou ficar a pensar. Há viagens sem retorno.

A Fórmula de Deus, José Rodrigues dos Santos


Uma fórmula escrita por Einstein. Tomás Noronha, apanhado no meio dessa descoberta. Irão, CIA, Lisboa e... Coimbra. Tudo se desenvolve na descoberta da suposta prova científica da existência de Deus. Mal-entendidos, intriga, paixão. Os ingredientes para um fenómeno literário sobre teorias físicas embrulhadas em romance. Confesso que, aparte de certas descrições a tentar roçar o "queiroziano" (sem, do meu ponto de vista, conseguir) e de uma certa realidade algo "difusa" acerca de Coimbra e os seus estilos de vida, bem como da própria Universidade - bem sei que é um romance - JRS conseguiu prender-me à leitura. Recomendo.

Leite Derramado, Chico Buarque


Um monólogo de um aristocrata moribundo de saúde e realidade. A vida de um homem que foi tudo não sendo nada. A decadência da nobreza de uma família, a vida que pensa ainda ter sem nunca ter verdadeiramente tido. Viver do passado. Surpreentemente, uma obra ainda real, por muito que nos custe, nos dias de hoje.

Chico Buarque surpreendeu-me em Budapeste. Com Leite Derramado fiquei plenamente convencida. Soberbo, ainda que deprimente.

sexta-feira, agosto 21, 2009

I carry a cross in my pocket

It reminds me, too, to be thankful
For my blessings day by day
And to strive to serve Him better
In all that I do and say.

No Domingo lá estarei

Ilha Terceira, Açores.

Tudo o que quero ou que gosto

Cantanhede-Mira-Coimbra-Lisboa-Zambujeira do Mar-Coimbra-Cantanhede-Mira-Coimbra-Porto Covo-Coimbra-Cantanhede-Mira-Figueira da Foz-Mira-Anadia-Mira-Coimbra-Cantanhede-Mira.
Gente, muita gente. Amigos de sempre e novos amigos que parecem de sempre.
As férias ainda não começaram e a vida não esteve parada.
Assim, sim.

A felicidade estampada na tua cara, no teu sorriso, nas tuas palavras não me podia deixar mais feliz.

quinta-feira, agosto 13, 2009

Humor ambiental


in Público 13 de Agosto de 2009

segunda-feira, agosto 10, 2009

Jesusalém, Mia Couto


Brilhante. É conhecido o meu fascínio por Mia, mas de facto Jesusalém é brilhante.

Um mundo aparte (ou que se aparta) do mundo que traz lembranças, passados e dor. O regresso ao mundo real, a um passado que o narrador e personagem Mwanito não lembra, não reconhece. Dordalma, sua defunta mãe, vai aparecendo nos seus sonhos (mesmo que acordado) e nem assim Mwanito se recorda dos seus primeiros anos de vida, antes de ir para Jesusalém, a terra onde "Jesus se haveria de descrucificar". África e Portugal estão juntos (separados) com a guerra do passado e com Marta, a portuguesa que ruma ao Continente onde o marido se apaixonara para o reencontrar.



A vida não foi feita para ser pouca e breve. E o mundo não foi feito para ter medida.


Obrigada M. por este presente tão especial: o livro do Mia, do meu Mia, autografado por ele!

segunda-feira, agosto 03, 2009

Pensamento do dia

"O caçador não recebe nunca repouso por inteiro. Metade da alma, esse lado felino, está sempre na emboscada"

Jesusalém, Mia Couto

Atrever-me-ia a acrescentar que não recebe nem dá descanso. Precisava de descansar, deixar de estar sempre atenta para não cair em emboscadas.

quinta-feira, julho 30, 2009

"A mim que minteressa?"

Não entendo. A notícia de há pelo menos 5 dias é o suposto convite da parte do PS a Joana Amaral Dias para fazer parte das listas para as legislativas. Louçã lança a polémica acusando Sócrates de "aliciar" miltantes do seu partido para fazerem parte das listas do PS.
Eh pá, não me lixem. Se alguém, enquanto militante de um partido, é convidado por outro, das duas uma: ou aceita, ou recusa. Pode achar mal, pode até ficar ofendido com o convite (pode também ficar com uma certa vaidade, como parece ter sido o caso) mas não faz disto um "cavalo de batalha".
Todos os que me conhecem sabemda antipatia que nutro pelo nosso Primeiro Ministro e pela desilusão que tem sido o PS enquanto partido de esquerda (na gaveta) mas de facto não tenho paciência para estas "questões".
Interessava-me saber quem afinal vai ser o candidato à Câmara de Coimbra e por alma de quem é que a Ministra da Saúde, Ana Jorge, encabeça a lista para as legislativas por Coimbra.
Enfim...

sexta-feira, julho 24, 2009

Dos Livros II

A primeira vez que vi uma mulher tinha onze anos e me surpreendi subitamente tão desarmado que desabei em lágrimas. Eu vivia num ermo habitado apenas por cinco homens. Meu pai dera um nome ao lugarejo. Simplesmente chamado assim: "Jesusalém". Aquela era a terra onde Jesus haveria de se descrucificar. E pronto, final.

Mia Couto, Jesusalém.

Este post sofreu uma correcção. Onde se lia "Jerusalém" passou a ler-se "Jesusalém". A minha distracção levou-me a ler sempre mal, quer o título do livro, quer as vezes que a palavra aparece escrita.

Obrigada FAS pela chamada de atenção.

quarta-feira, julho 22, 2009

Das coisas que passados tantos anos ainda fazem sentido

Mulher na Democracia
Não é biombo de sala

Zeca Afonso, pois claro!

segunda-feira, julho 20, 2009

Uma casa na Escuridão, José Luís Peixoto




Foi o primeiro livro que li de José Luís Peixoto. Confesso que demorei uma eternidade a acabá-lo porque foi uma leitura sofrida, como o livro. É uma obra realmente bem escrita, em que as imagens nos saltam à vista sem ser preciso ter uma enorme imaginação. Mas é um livro extremamente violento (violento demais para mim) e em que a imaginação dolorosa se sobrepõe às introspecções sobre o amor, a amizade e a família.
Um narrador entre o desesperado e o conformado, numa história fantástica (porque em tudo é surreal) onde tudo são sentimentos: desumanos e do mais humano que há.

sexta-feira, julho 17, 2009

Dos Livros

Gostava que o meu olhar tivesse sido um olhar de braços estendidos, mas eu não tinha braços e só tinha estendido os braços à minha mãe quando era pequeno e ainda não tinha medo do significado de estender as os braços às pessoas de quem gostava muito.

José Luís Peixoto, "Uma Casa na escuridão".

quinta-feira, julho 16, 2009

Qualidade de Vida é...

... acordar cedinho, tomar café, comprar água e ir para a praia antes de mais um dia de trabalho e antes da chegada das núvens.

sexta-feira, julho 10, 2009

O último fado

‘Inda bem que o tempo passou
e o amor que acabou não saiu.
‘Inda bem que há um fado qualquer
que diz tudo o que a vida não diz.

Reflexões de madrugada, no carro, ao som dos Deolinda.
O fado é um qualquer. Com saudade, sem amargura.

quinta-feira, julho 09, 2009

Eu qualquer dia voto PNR... (brincadeirinha)

Acho que sou obrigada ao dever de sigilo, mas há uma coisa que eu posso dizer:
Quando desempregados subsidiados não podem frequentar cursos de formação remunerados porque "é longe" (menos de 10km) e "o Estado devia pagar ao kilómetro" e não disponibilizar "apenas o subsídio de transporte"... Fico a pensar que o TGV devia passar por mais meia dúzia de apeadeiros.

Pensamento do Dia

"Getting lost is not a waste of time."

Lá é tudo



Quente e Frio, como a vida.

Obrigada, Jorge Palma

Acordei com uma música na cabeça e tenho a certeza que não a ouvi recentemente. Fiquei com vontade, principalmente porque reflecte a maior das verdades.

Enquanto houver estrada para andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada para andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar

Todos nós pagamos por tudo o que usamos
O sistema é antigo e não poupa ninguém, não
Somos todos escravos do que precisamos
Reduz as necessidades se queres passar bem
Que a dependência é uma besta
Que dá cabo do desejo
E a liberdade é uma maluca
Que sabe quanto vale um beijo

segunda-feira, julho 06, 2009

Pensamento do dia

"Não sabemos nada do que somos nós
Mas sabemos tanto do que muda por não estarmos sós"
Mafalda Veiga

sexta-feira, julho 03, 2009

Às vezes

De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

Vinicius de Moraes

Ei-lo


quarta-feira, julho 01, 2009

Parabéns outra vez

Um bolo com a minha fotografia e um "Parabéns Professora Joana" (já lhes disse pelo menos 30 vezes que não sou professora).
13 "Adultinhos" e espumante para festejar.
Mais parabéns, mais salvas de palmas, mais orgulho no que faço.
Vivam eles, porque merecem.

quinta-feira, junho 25, 2009

No fim de tudo

Muitos parabéns, muitos presentes das pessoas de quem gosto. Massagens, colares, carteiras, anéis, roupa... Muita felicidade. Muitos bons exemplos. Muitos anos de vida.

Um Bilhete:
Só falta um para deixares de ser vintona e passares a ser trintinha. Com um bocado de sorte ainda nos apanhas...

Um beijinho, anda depressa senão o nosso modelo de bengala esgota-se!

C., C., L.





quarta-feira, junho 24, 2009

Trinta Menos Um

São 29, pois claro.
29 anos de vida, cheios de amigos e de surpresas.
A frase do ano passado repete-se:

Gracias a la vida que me ha dado tanto!

segunda-feira, junho 22, 2009

Cenários

Um estacionamento entre uma esplanada e o mar. De repente apareceu-me o Principezinho: uma carrinha pintada à mão que diz "O essencial é invisível aos olhos".

Lá está o Deus das pequenas coisas a dar-me sinais que aos poucos vou percebendo. Foram 2 dias de decisões ao teu lado, onde percebi melhor o que há de essencial em nós. E o que custam as decisões que têm de ser tomadas.

sexta-feira, junho 19, 2009

Underground, Haruki Murakami

(O título do livro é Underground - O Atentado de Tóquio e a mentalidade japonesa)

Uma compilação de entrevistas após o atentado ao metro de Tóquio pela seita Aum Shinrikyo com gás Sarin em 1995.

Murakami entrevista num primeiro momento as vítimas do atentado (entenda-se por vítimas os que sofreram fisicamente com o ataque com gás e, em alguns casos, as suas famílias) e alguns seguidores (nem todos eram "renunciantes", termo atribuído a quem renunciava à vida na sociedade para entrar na Aum) que na sua grande maioria se sentiram enganados pela Aum.

O livro é em tudo comovente. Pela realidade que encerra, pela simplidade com que algumas vítimas olham para o passado e para o que lhes aconteceu, pelo ódio de outras. É-o também por causa daqueles que, por terem pertencido à Aum, por não saberem o que realmente a seita pretendia (ou o seu líder máximo) viram cair por terra tudo a que se entregaram a determinada altura da vida e nunca conseguiram voltar a ter uma vida "normal".

É igualmente interessante tentar compreender porque é que a maioria das pessoas que pertenciam à seita eram altamente qualificadas e com grande sucesso no que faziam (estivessem ainda na fase da formação académica ou já no mundo do trabalho) se tornaram "renunciantes" porque sentiam que não encaixavam na sua sociedade.

quinta-feira, junho 18, 2009

Pensão família

Devia estar no Guia Boa Cama e Boa Mesa, já que não tenho feito mais nada por lá para além de comer e dormir.
Pai e Mãe (e já agora Cupi) não desesperem, em breve tudo voltará ao normal!

Da paciência...

... que não tenho para aquelas demonstrações de amor que me tiram do sério porque são cínicas. De abraços e cumprimentos que não são mais do que um momento, que não demonstram nada, porque o amor é feito de gestos um bocadinho mais profundos e menos banais do que abraços e beijinhos.
A beijoquice sempre me tirou do sério, principalmente quando sabem perfeitamente que odeio que me agarrem a cara e me espetem 50beijos na bochecha numa demonstração de saudades que não têm, porque simplesmente não querem saber. E é mais ou menos recíproco (ainda que eu ceda algumas vezes, porque não consigo ser completamente indiferente).
Ninguém percebe nada - esta pode muito bem ser a minha versão adolescente que acha que o mundo está contra ela e não o inverso - porque não é por aí que eu vou passar a gostar mais ou menos, a ter mais ou menos paciência. Porque já não tenho mesmo nenhuma. Para dramas, para ter de estar bem disposta porque alguém achou que é assim que deve ser, porque a minha vida vai muito além da minha (alguma) família e há coisas que me tiram mesmo do sério.
Só quero que me deixem em paz, que não me façam sentir obrigada a sentir o que não sinto, porque algures lá atrás, sem que me aparecebesse disso, deixei mesmo de sentir. Não sei exactamente quando, mas também não é isso que interessa, porque deve ter sido uma gota de água qualquer como tantas outras que houve e deixei passar.
Podes achar que devo sorrir e eu até sorrio. Podes achar que devo "dar lembranças" e até dou. Mas não me obrigues a sentir o que não sinto, até parece que não me conheces...

terça-feira, junho 16, 2009

Da felicidade

... Pois na minha pequenez
Se detiveram Seus olhos...

terça-feira, junho 09, 2009

Outra vez

Vou para o "laboratório de felicidade". Onde realmente sou feliz.

sexta-feira, junho 05, 2009

Praia Azul

Não sei, não conheço, não quero saber. Vou!

quarta-feira, junho 03, 2009

Das pequenas coisas irritantes

(JL ao telefone)
-Muito boa tarde, estou a falar com o Sr. X?
-Sim, sim.
-Daqui fala do CNO do Centro de Formação, Sr. X, era para marcar uma sessão de esclarecimento na próxima 4ª feira às 19 horas, pode comparecer?
-Ora deixe ver... 4ª feira...às 7... Posso, acho que posso, mas olhe, ligue-me no próprio dia à tarde para me lembrar!

(de novo JL ao telefone)
-Muito boa tarde, estou a falar com o Sr. Y?
-É o próprio.
-Daqui fala do CNO, (blablabla a mesma conversa).
-Assim tão em cima da hora... não sei...
-Pois é, Sr. Y, mas já lhe tentei ligar várias vezes, para além dos ofícios enviados por carta, aos quais o Sr. nunca deu resposta... Daí estar a ligar hoje...
-Ah, 'tá certo... Olhe, posso ligar para este nº que apareceu a confirmar?
-Não, este é um nº de saída, mas pode ligar para este que lhe vou dizer: 239...
-Olhe, mande-me uma mensagem que eu estou na minha hora de almoço e não posso escrever.
(não vale a pena escrever o resto, mas garanto que não me passei daquela maneira que alguns conhecem).


Pois bem, chamem-se fascista, chamem-me o que entenderem. Não quero saber. Portugal é um país pouco qualificado por isto. Eu faço um serviço público, eu dependo das pessoas, dependo da qualificação das mesmas. Mas assim não vamos a lado nenhum., porque é suposto isto ser uma troca. Uns precisam de qualificação, outros são pagos para ajudar nessa mesma qualificação.

quarta-feira, maio 13, 2009

A afirmação que resolvia tudo

Estou a ir, espera...

Madrugadas

Escreveram-se de madrugada. (As novas tecnologias dão nisto, podemos escrever em tempo real à hora que bem nos apetecer.)

Foi uma espécie de súplica, entre choros escondidos e a fadiga que a madrugada, por mais que se não queira, traz consigo.

Fizeram-se perguntas, deram-se poucas respostas porque não há respostas àquelas perguntas. Começou com o pânico de quem não percebe o que se está a passar e se enche de angústia.
Acabaram como sempre: a dormir, cada um com os seus sonhos.

terça-feira, maio 12, 2009

Não há pontes seguras

Deixou de ser. Construiu a vida sobre pilares que eram aquilo em que mais acreditava, as suas verdades absolutas. Ainda não percebeu se foi só um que cedeu, se foram mais. Ainda não percebeu se foi um erro de cálculo ou pura ingenuidade.
Afastou as núvens negras, despediu-se da má fortuna. Enviou uma carta, daquelas que dizem tudo e não são para ninguém.
E acha que resolveu o Problema.

quinta-feira, maio 07, 2009

Humor real

(...)
«Além do mais, a agressão a Vital Moreira nega a ideia da morte das ideologias e da luta política. Como se vê, a luta política existe no sentido próprio da expressão, o que se saúda. E, na minha opinião, quando a luta política tem mais de luta do que de política, os cidadãos têm mais vontade de participar. Os portugueses interessam-se muito mais por um debate político se puderem aglomerar-se em redor dos candidatos a gritar: "POR-RA-DA! POR-RA-DA! POR-RA-DA!"»

Ricardo Araújo Pereira, Visão de 07/05/2009

quarta-feira, maio 06, 2009

Das coisas esquisitas que não têm título

É uma segurança e todos precisamos de nos sentirmos seguros, nem que seja pontualmente.
Faz lembrar o (nosso) mar: por vezes, mais vale não mergulhar nele, por segurança. É certo que (quase) nunca o faço, porque é bom arriscar e mergulhar, ainda que me enrole e me encha de areia, ainda que volta e meia me puxe.
Não sei se é a segurança que quero, muito menos se é a que preciso. Mas nem sempre é bom arriscar, muito menos em mar revolto.
Nunca soube dizer adeus, sempre evitei despedidas - a quantidade de vezes que te despedi sem remorços e depois te reencontrei obriga-me a concluir que não pode ser por aí. Também não sei por onde é, mas vamos aguardar, com a paciência que agora me obrigo a ter, por mais que me custe.

Siddartha, Hermann Hesse


A personagem principal é Siddartha e o livro uma viagem: a sua viagem pela vida em busca de entendimento, de razão, da felicidade. Passa por várias fases de introspecção, por várias vivências e maneiras de encarar o mundo e a vida: desde as mais espirituais às completamente mundanas. Penso que não encontrou o caminho, como, aliás, a maiora de nós.

quinta-feira, abril 30, 2009

Para o 1º de Maio

Eu hoje venho aqui falar
duma coisa que me anda a atormentar
e quanto mais eu penso mais eu cismo
como é que gente tão socialista
desiste de fazer o socialismo
é querer fazer arroz de cabidela
sem frango nem arroz nem a panela
(...)
Eu amanhã posso não estar aqui
mas também, para o que eu aqui repeti...
é que eu não sou o único que acho
que a gente o que tem é que estar unida
unida como as uvas estão no cacho
unida como as uvas estão no cacho

Sérgio Godinho

terça-feira, abril 28, 2009

E o povo, pá?

Dá-lhe, Falâncio!

Obrigada J.M. por esta maravilha!!!

sexta-feira, abril 24, 2009

Do 25 de Abril




A Revolução faz 35 anos e para a comemorar lembrei-me do poema de Manuel Alegre, há 5 anos, quando o Governo da Coligação PSD/CDS resolve tirar o "R" de Revolução e espalhou cartazes pelo país com a palavra "Evolução".






Trinta anos depois querem tirar o r
se puderem vai a cedilha e o til
trinta anos depois alguém que berre
r de revolução r de Abril
r até de porra r vezes dois
r de renascer trinta anos depois


Trinta anos depois ainda nos resta
da liberdade o l mas qualquer dia
democracia fica sem o d.
Alguém que faça um f para a festa
alguém que venha perguntar porquê
e traga um grande p de poesia.


Trinta anos depois a vida é tua
agarra as letras todas e com elas
escreve a palavra amor (onde somos sempre dois)
escreve a palavra amor em cada rua
e então verás de novo as caravelas
a passar por aqui: trinta anos depois.»
Manuel Alegre

quinta-feira, abril 23, 2009

Sputnik, Meu amor Haruki Murakami




Sputnik, Meu amor retrata a solidão e a ausência. É melancólico sem ser lamechas. Uma paixão platónica de uma mulher por outra; um amor sem limites do narrador por uma das mulheres. O amor, sempre o amor. Sputnik significa em russo "companheiro de viagem" e é numa viagem à Grécia (suponho haver uma certa obsessão de Murakami por este país, já em Crónica do pássaro de corda é uma constante) que tudo acaba por acontecer: Sumire, qual satélite russo, desaparece sem deixar rasto.

Há também uma certa obsessão da minha parte por Murakami, confesso.




terça-feira, abril 21, 2009

1ª sessão de BC

Não compreenderão todos o que o título quer dizer, ainda que explique que "BC" quer dizer "Balanço de Competências".
Não foi igual à primeira formação que dei, quando tremia por todos os lados e não conseguia olhar para as pessoas (que até hoje não esqueço). Hoje comecei (a valer) a minha nova profissão. Hoje saí duma sala sem luz natural e com eco de sorriso estampado na cara. Bem sei que não vai ser sempre assim, mas hoje os olhos raiados de vermelho, as pernas a doerem (ainda que não tenha tremido) e a sensação de que já não digo coisa com coisa fazem sentido!
Depois desenvolvo.
PS - Hoje nasceu o Guilherme, hoje é o primeiro dia do resto da sua vida. Hoje não vai ser um dia a esquecer nos próximos anos.

domingo, abril 19, 2009

Conversas de café

Não quis, no meio daquela conversa, dicordar demais. Falou-se de viagens, de mudar de vida, de viver fora de Coimbra, de Portugal. Discordei q.b., porque sempre encontrei um certo provincianismo em pessoas que dizem mal do país que têm porque só conhecem o lado bom (turístico ou não) do estrangeiro. Falou-se do glamour de Nova Iorque, da maravilha dos EUA (qual terra das oportunidades) e dos países mais desenvolvidos que nós. Não quis, mais uma vez e como sempre faço quando discordo do que ouço, no alto da minha arrogância porque acho que ninguém vê as coisas como elas são, mostrar o poder do meu ventrículo esquerdo e lembrar tudo o que de mau há nesses sítios, bem como cá, ao nosso lado, na nossa rua ou bairro. Calei-me.
E depois encontrei isto, no blogue do Pedro Ribeiro onde vou habitualmente através do blogue da minha grande amiga Francisca. E diz tudo o que penso sobre o assunto.


segunda-feira, abril 13, 2009

2

São 2 anos, 2 beijinhos, 2 gargalhadas, 2 saudades, porque a saudade passou a ser mensurável.
Comemoram-se 2 anos de menino, 2 anos de tia babada.

Sabes o mundo inteiro? Eram precisos mais de 2 para caber lá o quanto gosto de ti.

Gosto


Gosto do vosso cheiro, dos sorrisos, das gargalhadas e das birras.

Gosto de inventar brincadeiras, de rebolar no chão, de quando me vêm acordar ao colo da avó.


Gosto das festinhas que o Mano dá ao Migalhinha e das súbitas mudanças de humor quando lhe resolve dar uma palmada.


Gosto de brincar à plasticina e de fazer festas que dóem ao Cupi.


Gosto de vocês mais do que achei ser possível.


quarta-feira, abril 08, 2009

A Má Hora (o Veneno da Madrugada)


de Gabriel García Márquez. A vida duma localidade envolta em pasquins, o que todos sabem sobre a vida privada de cada um torna-se público anonimamente. Chega a hora da desgraça quando um marido ferido no seu orgulho pela infidelidade da mulher tornada pública assassina o amante responsável pelo adultério. Todos estão ameaçados (não há vida sem segredos) e todos podem ser responsáveis.

A personagem: o Padre Ángel (não explico porquê porque estragaria parte do prazer da leitura do livro).


Confesso que a determinada altura me perdia no meio da história, talvez por isso não tenha achado o livro fantástico como quase todos os que li de Gabo. Não sei se a culpa é do livro (e do seu autor) ou minha. Daqui a uns tempos veremos, quando me entregar à sua releitura.

terça-feira, abril 07, 2009

Do amor

«O amor é quando um velhinho e uma velhinha ainda são amigos, mesmo depois de se conhecerem muito bem.»

Tommy, 6 anos

Recebi por email uma série de frases de crianças acerca do amor. Esta foi uma delas e não podia ser mais verdadeiro.

terça-feira, março 31, 2009

Eu até nem sou de intrigas...

... mas ao fim de algumas semanas de resistência, não aguentei e tinha de postar esta pérola no Blogue.

Enigmas...

Bem sei que não se deve responder a uma pergunta com outra pergunta, mas quando não se faz a mínima ideia do que nos estão a perguntar e perguntamos de volta... não é suposto ter resposta...? Estou confusa.

segunda-feira, março 23, 2009

Crónica do Pássaro de Corda, Haruki Murakami


A transformação do real em sonhos e pesadelos. A determinada altura nada se distingue: Toru Okada - personagem central e narrador - não parece entender a sua própria vida, os acontecimentos que lhe mudaram o passado, revirando o futuro. É um livro que nem sempre é fácil, com episódios violentos entre outros surreais. Ainda estou a digeri-lo, fica por isso a crítica do "The Observer":

Um fantástico cruzamento entre Woody Allen e Franz Kafka.


E é verdade.

quarta-feira, março 18, 2009

Quando o verbo começado por L devia começar por F

Não me lixem. É-me indiferente que façam caras simpáticas, que riam quando digo uma piada. Quero lá saber, desde que me respeitam e que eu seja tida em conta naquilo que realmente me diz respeito. O resto também conta, mas conta menos do que o que é verdadeiramente importante que está directamente relacionado (imaginem uma seta sem uma única curva) com o meu desempenho e aquilo que faço com seriedade.
Não me lixem, que me estou pouco borrifando para as piadinhas do costume e as conversinhas a roçar o íntimo - que nunca o serão, esse lugar está já ocupado - só para se convencerem que até são gente cool apesar da idade e dos vícios e da vidinha de merda que levam porque apenas ambicionam a vidinha que já têm.

quarta-feira, março 11, 2009

domingo, março 08, 2009

Das Pessoas

Pessoas. Todas diferentes, umas mais diferentes que outras. Pessoas que irritam, que desiludem, outras que nos fazem sorrir, outras ainda que nos fazem rir à gargalhada.
São pessoas, pessoas como nós. Pessoas que se magoam, que lutam, outras que se amam e que fariam tudo por outras pessoas.
Pessoas que nos trazem boas notícias e que podem mudar o mundo (o nosso mundo), outras que simplesmente parecem ser pessoas descontentes, desiludidas, tristes e por isso espalham apenas as notícias que ninguém quer saber, que nos fazem perceber que o nosso mundo não é assim tão genial e cheio de boas pessoas.
Pessoas que mudam, para melhor. Outras para pior, nunca deixando de ser pessoas.
Tenho tido muita dificuldade em entender (certas) pessoas, acho que é a razão pela qual gosto tanto de livros, onde as pessoas são aquilo que alguém quis que fossem, ou simplesmente aquilo que queremos que sejam.
- Bom dia, Pessoa!
- Pessoa? Hoje sou Pessoa?
- Sim, quero fazer das pessoas de quem gosto um "lugar comum", pessoas como tantas outras.
- Queres explicar-me o sentido disso?
- Vou deixar de poder dizer que gosto mais de animais do que de "certas pessoas", porque a partir de agora as pessoas podem ser as que mais amo.
- Preferia quando me chamavas "Ambrósio".
- Eu sei, mas por agora vais ser "Pessoa" para ver se consigo ver todas as pessoas com outros olhos, os olhos de quem gosta das pessoas.

sábado, fevereiro 28, 2009

Lucky (em parte)

(...)

Boy I hear you in my dreams
I feel your whisper across the sea
I keep you with me in my heart
You make it easier when life gets hard

I'm lucky I'm in love with my best friend
Lucky to have been where I have been
Lucky to be coming home again

(...)Every time we say goodbye
I wish we had one more kiss
I'll wait for you I promise you, I will

(...)

Though the breezes through trees
Move so pretty you're all I see
As the world keeps spinning round
You hold me right here right now

(...)

Jason Mraz

terça-feira, fevereiro 24, 2009

Mudanças

Começa-se por mudar o template do blogue para ver se ajuda na arrumação da vida. Volta e meia é preciso sacudir o pó e organizar tudo de novo. Para tentar ver tudo mais nítido.

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Apetecia-me

Que as semanas passassem mais depressa.
Despedir todos os dias alguém, como antigamente, só porque me lembrei que o podia fazer sem consequências para além da de me chamarem maluca.
Gozar com a Abrótea da Açoreana e os seus nelismos.
Gritar "Olé qualquer coisa" e brincar às baterias.
Rir-me da organização à Caxuxa, do gozo da Mãe a rir da própria filha vestida de Tigre, da afonia da Noiva que voltou dos trópicos e ficou sem voz; Dos passanços calmos mas hilariantes da Doralice; Do M. cujos meus berros o desconsertavam; Do chefinho e os seus bacalhaus diários juntamente com um "Juanita, já te tinha visto hoje...?"
Apetecia-me que o tempo tivesse parado lá atrás, onde tudo era mais simples por ser muitíssimo mais complicado.

segunda-feira, fevereiro 16, 2009

Coisas estúpidas de que me lembro IV

Não sei se para deixar de fumar pensativos cigarros deva parar de fumar ou parar de pensar. A segunda hipótese parece-me bastante aliciante.

sábado, fevereiro 07, 2009

Paz de Santiago

Bebo tus ojos beso tus labios te respiro
Beso tus ojos bebo tus labios te rehablo
Paz peregrina de Santiago
Ave de paso Canto que vuela

Bebo tus ojos En el ocaso
Bebo tus ojos beso tus labios te respiro
Beso tus ojos bebo tus labios te rehablo
Paz peregrina de Santiago
Luna viajera Ave de paso Canto que vuela

Bebo tus ojos En el ocaso
Louca ternura
Beso tus labios
Bebo tus ojos
Paz de Santiago

Letra: João Afonso
Música: Luis Pastor

quinta-feira, fevereiro 05, 2009

Coisas estúpidas de que me lembro III

Se em vez de ter café à borla me dessem antes à borla o bagaço (que como todos sabem, o segundo é precedido pelo primeiro) beberia o café à mesma e teria dias bem mais alegres!

segunda-feira, fevereiro 02, 2009

Gratidão

Guardei as lágrimas para uma altura em que tudo estivesse mais claro. Não há clareza nas despedidas, não há manhãs com cheiro a terra molhada em que os sentimentos sejam mais límpidos.
A chuva faz as enchentes, assim como as lágrimas enchem os dias que não fazem sentido, porque só na alegria de estarmos juntas todos os dias e em que tudo era guardado sem que percebêssemos, qual cofre com tesouro no fundo do mar, é que tudo era puro. Não há nada que seja para sempre, e como sempre há olhos marejados no momento das lembranças.
Foram vocês que me encheram os dias dos últimos meses, é convosco que continua guardada a chave da porta que se abre para aquilo que nunca acreditei ser possível.
Ganhei 3 irmãs numa altura em que achei que já tinha as suficientes e um punhado de amigos. O lugar comum "não podia ser mais rica" faz hoje todo o sentido.

quinta-feira, janeiro 29, 2009

Mudanças

Eu que sempre as adorei, hoje, na perspectiva de uma, estou vazia.

quarta-feira, janeiro 28, 2009

A morte de Ivan Ilitch, Lev Tolstoi


O prefácio à edição portuguesa é de Lobo Antunes que diz "Tudo o que somos se acha em poucas páginas, escrito de uma forma magistral". Uma obra sobre a morte ou que nega a morte - a opinião não é unânime, mas que reflecte o mais profundo da natureza humana. Os sentimentos desvairados de quem sofre, numa dor física e agonizante, aliados aos que o rodeiam que o não compreendem, não sentem com ele, não o julgam à beira da morte.
Um livro pequeno mas intenso.

segunda-feira, janeiro 26, 2009

Pensamento do dia

Life isn't fair, but it's still good.

quinta-feira, janeiro 22, 2009

Coisas estúpidas de que me lembro II

A solução para as perguntas idiotas está em conseguir ser mais idiota do que a própria pergunta. É um exercício complicado, mas possível.

A outra opção seria apagar a luz... mas correríamos o risco de não conseguir fugir da pergunta, ou tropeçar, ou... ir contra alguém manifestamente idiota. E pode ser contagioso... pelo contacto físico.

Coisas estúpidas de que me lembro I

A quantidade de problemas que resolveria enfiando meia dúzia de Xanax's pela goela abaixo de certas pessoas...

quarta-feira, janeiro 21, 2009

Memória de Elefante, António Lobo Antunes


Uma crise existencial. A solidão, a tristeza, a ausência. Um dia de um psiquiatra que ora é narrador, ora não: confundem-se, entre os capítulos, a primeira e a terceira pessoas. Memórias de um tempo ausente que não volta: a mágoa. É o primeiro romance de A.L.A., é uma esquizofrenia de sentimentos, regressado de Angola e a enfrentar o fim dum casamento, longe da mulher e das filhas. No fim, o recomeço:
"Amanhã recomeçarei a vida pelo princípio, serei o adulto sério e responsável que a minha mãe deseja e a família aguarda, chegarei a tempo à enfermaria, pontual, grave, pentearei o cabelo para tranquilizar os pacientes, mondarei o meu vocabulário de obscenidades pontiagudas. Talvez mesmo, meu amor, que compre uma tapeçaria de tigres como a do Senhor Ferreira: podes achar idiota mas preciso de qualquer coisa que me ajude a existir."

segunda-feira, janeiro 19, 2009

Há um ano foi assim

Pela Joana, para que continue a sua caminhada de Fé e Alegria na Graça de Deus.

Pela Beatriz, pelo Vasco e pela Carolina, por todas as crianças e por aquelas que hão-de vir, para que cresçam em harmonia e na paz de Deus.

Pelos amigos, para que continuem a testemunhar e viver a União com Deus.

Pelos meus Pais, por me terem dado a conhecer a Liberdade e em Liberdade me terem ensinado a fazer as minhas escolhas. Pela minha família: Avós, Tios, Primos, Mana, Afonso e pela Cristina.

Pelo Maranathá, para que Jesus continue a vir a nós.

Pelos meus Padrinhos, para que continuem a ser um exemplo e para que me ajudem a ser também um exemplo para os outros.

Pelo Pe Filipe, Pela Companhia de Jesus e por toda a Igreja, para que continuem a ser um exemplo de Fé e a testemunhar Cristo.


quarta-feira, janeiro 14, 2009

Mais um sarilho

"Cautela com os amores. Pensem duas vezes em casar com um muçulmano, pensem muito seriamente, é meter-se num monte de sarilhos que nem Alá sabe onde acabam."

D. José Policarpo

Não tivesse visto as imagens, acharia que seria mais uma das piadas do Bruno Aleixo. Se assim fosse, teria piada. Não sendo, não tem graça nenhuma.

segunda-feira, janeiro 12, 2009

O Cúmulo da Organização

















Obrigada Maria Caxuxa, por este apontamento de humor :)

quarta-feira, janeiro 07, 2009

Pensamento do dia

Esquecer uma mulher inteligente custa um número incalculável de mulheres estúpidas.
António Lobo Antunes