terça-feira, dezembro 30, 2008

A Viagem do Elefante, José Saramago


Século XVI. Corte Portuguesa e o início da viagem de Salomão, o elefante que viaja de Lisboa até Viena e que inspira um "conto" (como Saramago prefere chamar-lhe, em vez de romance) que é sobretudo humano. D. João III resolve oferecer ao arquiduque da Áustria um elefante indiano: assim começa a história (que tem pouco de histórico, apesar de alguns factos verídicos). A personagem: o Cornaca Subhro que passa a chamar-se Fritz por capricho do arquiduque (e o elefante passa a chamar-se Solimão).

quarta-feira, dezembro 24, 2008

Oração de Natal


Senhor, nesta Noite Santa,

depositamos diante de Tua manjedoura

todos os sonhos, todas as lágrimas e

esperanças contidos em nossos corações.

Pedimos por aqueles que choram

sem ter quem lhes enxugue uma lágrima.

Por aqueles que gemem

sem ter quem escute seu clamor.

Suplicamos por aqueles que Te buscam

sem saber ao certo onde Te encontrar.

Para tantos que gritam paz,

quando nada mais podem gritar.

Abençoa, Jesus-Menino,

cada pessoa do planeta Terra,

colocando em seu coração um pouco

da luz eterna que vieste acender

na noite escura de nossa fé.

Fica conosco, Senhor!


Assim seja!

(autor desconhecido)

quinta-feira, dezembro 18, 2008

Não vou contar a ninguém, fica um segredo só nosso. Gosto de segredos, da cumplicidade única que sempre tivemos e que se foi perdendo no espaço e no tempo - principalmente no tempo. Não sei se ganharemos alguma coisa agora, depois desse tempo que fomos perdendo a ser felizes aos bocados, numa espécie de espelho partido que se ia colando e descolando.
Hoje colaremos mais um bocadinho desse espelho, onde nos veremos mais velhos e mais serenos e a reescrever a história escrita tantas vezes da mesma maneira, apagada a maioria das vezes por mim (por não aguentar, nunca por fraqueza).

segunda-feira, dezembro 15, 2008

Natal dos Simples

Procurámos o lugar mais quente da casa para nos sentarmos e viajarmos em lembranças e novidades. Tinha sido assim muitas vezes, mas já não era há muito tempo, por isso teve um sabor tão especial.
Aqueceram-me o quarto na esperança de eu chegar, naquela noite, ainda que tarde. Ainda bem que resolvi ir, nunca saberia o que ia perder. Foi um Natal antecipado. Dos simples, como eu gosto.

quinta-feira, dezembro 04, 2008

O Jogo do Anjo, Carlos Ruiz Záfon


Mantém-se a Barcelona sombria e triste, bem como o Cemitério dos Livros Esquecidos d'A Sombra do Vento. David Martín, um jovem escritor nos anos 20 do século XX, é o protagonista desta história que une o fantástico ao aterrador.
O amor pela escrita, pela leitura e pelos livros, personificado um pouco por todas as personagens, mas principalmente na de Daniel Sempere, o velho livreiro que deu a conhecer o mundo dos livros a David.
O Jogo do Anjo não é uma continuação de A Sombra do Vento, mas a paixão pela literatura permanece e prende quem também a tem.
Recomendo vivamente.

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Sem título

O meu amor tem lábios de silêncio
E mãos de bailarina
E voa como o vento
E abraça-me onde a solidão termina

O meu amor tem trinta mil cavalos
A galopar no peito
E um sorriso só dela
Que nasce quando a seu lado eu me deito

O meu amor ensinou-me a chegar
Sedento de ternura
Sarou as minhas feridas
E pôs-me a salvo para além da loucura.

O meu amor ensinou-me a partir
Nalguma noite triste
Mas antes, ensinou-me
A não esquecer que o meu amor existe.

Jorge Palma

terça-feira, dezembro 02, 2008

Obrigada

A todos os que ajudaram, a todos os que contribuiram.


quinta-feira, novembro 27, 2008

Os livros

Lembrei-me de que o velho livreiro sempre me tinha dito que os livros tinham alma, a alma de quem os escrevera e dos que haviam lido e sonhado com eles.


Carlos Ruíz Safon in "O Jogo do Anjo"

sexta-feira, novembro 21, 2008

Humor :)

O meu Deus das pequenas coisas

Preciso duma música. Nova, inspiradora. Que me ajude, que me guie, que me faça sentir e saber o que é melhor para mim.

Preciso de um abraço. Amigo, sentido. Que me distinga de todas as outras pessoas. Diferente: nem melhor, nem pior.

Preciso de um beijo. Um só. Roubado. Nem que seja roubado. Que me faça soltar uma gargalhada. Que me faça dar Graças pelas pequenas coisas.

quarta-feira, novembro 19, 2008

A liberdade é uma maluca, que sabe quanto vale um beijo!

Todos nós pagamos por tudo o que usamos
o sistema é antigo e não poupa ninguém
somos todos escravos do que precisamos
reduz as necessidades se queres passar bem
que a dependência é uma besta
que dá cabo do desejo
e a liberdade é uma maluca
que sabe quanto vale um beijo



Enquanto houver estrada para andar
a gente vai continuar
enquanto houver estrada para andar
enquanto houver ventos e mar
a gente não vai parar
enquanto houver ventos e mar


Jorge Palma

terça-feira, novembro 18, 2008

Pensamento do Dia

Pode alguém ser quem não é?

terça-feira, novembro 11, 2008

Pensamento do dia

Moro na minha própria casa
Nunca imitei ninguém
E rio-me de todos os mestres
Que nunca se riram de si

Friedrich Nietzsche

quarta-feira, novembro 05, 2008

terça-feira, novembro 04, 2008

Movimento Perpétuo Associativo

Ofereceram-me esta música por "ser a minha cara". Todos no meu trabalho são obrigados a ouvi-la. Obrigada, Francisca! :)

Agora sim, damos a volta a isto!
Agora sim, há pernas para andar!
Agora sim, eu sinto o optimismo!
Vamos em frente, ninguém nos vais parar!


Agora não, que é hora do almoço…
Agora não, que é hora do jantar…
Agora não, que eu acho que não posso…
Amanhã vou trabalhar…

Agora sim, temos a força toda!
Agora sim, há fé neste querer!
Agora sim, só vejo gente boa!
Vamos em frente e havemos de vencer!


Agora não, que me dói a barriga…
Agora não, dizem que vai chover…
Agora não, que joga o Benfica…
e eu tenho mais que fazer…

Agora sim, cantamos com vontade!
Agora sim, eu sinto a união!
Agora sim, já ouço a liberdade!
Vamos em frente, é esta a direcção!


Agora não, que falta um impresso…
Agora não, que o meu pai não quer…
Agora não, que há engarrafamentos…
Vão sem mim, que eu vou lá ter…

http://www.youtube.com/watch?v=us9dIcLjfKM


quarta-feira, outubro 29, 2008

Not as We

Day one day one start over again
Step one step one
I'm barely making sense for now
I'm faking it I'm pseudo making it
From scratch begin again but this time I as i
And not as we


Alanis Morissette e Guy Sigsworth

quarta-feira, outubro 22, 2008

Horas extraordinárias

Faço-as com gosto, porque gosto. Porque preciso de vez em quando, porque nelas esqueço e abstenho-me.


Foi a saudade do teu braço
E o olhar que já da tua luz me dói
Trabalhei sem dar pelo can saço
Horas extraordinárias, foi
Um dia que passou num furacão
Um furacão que se amainou, só
Quando aparte o amor eu me vi só
Atirando a moeda ao ar
Diz-me que cara ou coroa eu vou ganhar
Diz-me quanto eu fiz bem em me apostar
E que bem fiz em ter por necessárias
As horas extraordinárias

S.G

Já não se escrevem cartas de amor, Mário Zambujal


Desde a "Crónica dos Bons Malandros" que me delicio com o que escreve Mário Zambujal. São livros normalmente leves, com enorme sentido de humor e de diferentes realidades.
Todo o livro se insere num simples fim de tarde e serão, onde Duarte relembra a saudosa década de 50 passada em Lisboa na sua juventude. Cada Capítulo tem o presente e o passado, as memórias surgem em catadupa enquanto aguarda a chegada da mulher que volta de Lisboa. Zambujal tem a capacidade impressionante de me prender à leitura, de sentir com as personagens.

segunda-feira, outubro 20, 2008

Oração Universal (excerto)

Por todos aqueles milhares de homens, mulheres e crianças
Cujo coração ainda bate fortemente para lutar,
Cujo espírito se revolta contra a injusta sorte que lhes foi imposta,
Cuja coragem exige o direito à inestimável dignidade

Nós Te invocamos, Deus nosso Pai.
Envia operários para a Tua seara.

Por todos aqueles milhares de crianças, mulheres e homens
que não querem amaldiçoar,
mas sim amar e orar, trabalhar e unir-se,
para que nasça uma terra solidária.
Uma terra que seja nossa terra.
onde cada homem daria o melhor dele mesmo
Antes de morrer

Nós Te invocamos, Deus nosso Pai.
Envia operários para a Tua seara.

Padre Joseph Wresinski, Oração feita na Catedral de Notre-Dame em Paris a 17 de Outubro de 1987

Quando os meus ideais muitas vezes parecem entrar em conflito com a minha Fé, dão-me a conhecer estas maravilhas. Obrigada G.

sexta-feira, outubro 17, 2008

Num País Livre, V.S. Naipaul


Um conjunto de histórias diferentes com um elo em comum: a emigração, o exílio, a liberdade, o preconceito. E solidão, muita solidão. Muito denso, é um livro que se distingue dos outros (poucos) que conheço deste autor britânico originário das Caraíbas: é, página a página, perturbador.

Este livro foi-me oferecido, a dedicatória dizia
Para alguém que, tal como o livro, consegue ser ao mesmo tempo compreensiva e implacável.

(
obrigada pela oferta, M.)

quarta-feira, outubro 15, 2008

Obrigada, meu Anjinho.

Anjo da Guarda,
minha companhia,
guardai a minha alma
de noite e de dia

quarta-feira, outubro 08, 2008

Angústias

Tínhamos 16 anos e algures na Barragem de Castelo de Bode falávamos da vida, de Deus, de amor: dos nossos amores à época. Tornámo-nos amigas e a vida foi-nos separando com naturalidade.
Nessa altura nunca imaginámos onde estaríamos daí a 10 ou 15 anos. Hoje vives o que deve ser o pior dos momentos da tua vida e, não podendo estar contigo, aqui fica a minha homenagem a ti, que és mulher e mãe com uma vida inteira pela frente, que mostraste durante todo este tempo que és uma grande mulher.
Na minha ausência forçada - queria ter estado aí hoje - rezo por ti e por eles, os homens da tua vida.

terça-feira, outubro 07, 2008

Abismos

Não foi um passo em frente no momento em que se estava à beira do abismo, mas quase.
Agora chove - a chuva lava muita sujidade - e o tempo faz adivinhar mudanças.

É aqui, neste tempo, com este tempo que se alteram olhares, diferentes olhares de ver o que é tão óbvio.
A única garantia é que a perspectiva de hoje será a de sempre, para sempre.

quinta-feira, outubro 02, 2008

Pensamento do Dia

Percebi que a Lua nem sempre anuncia que é quarto crescente ou que está cheia.

Não sei se te deva agradecer.

quarta-feira, outubro 01, 2008

A pergunta

Quantas guerras terei que vencer por um pouco de paz?

Chico Buarque

segunda-feira, setembro 29, 2008

sexta-feira, setembro 26, 2008

Pensamento do Dia

"O Mau Humor tem Hálito".

Ruy de Carvalho, Revista Única de 20/09/2008

quinta-feira, setembro 25, 2008

Humor



Início - Ensinar a Acreditar

Portugal é uma República soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade popular e empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária.

Artigo 1.º da Constituição da República Portuguesa



terça-feira, setembro 23, 2008

Desenlace

Arrefecemo-nos em pleno Outono, coincidentemente. Foi uma tempestade, com direito a relâmpagos e trovões.
O meu cenário, apesar da tempestade, era diferente. Junto ao mar, o céu estava azul e via-se o sol. De costas voltadas para o mar depois de um mergulho gelado, uma imensidão de núvens pretas. (Esta é a mais pura das verdades e o escaldão que apanhei comprova-o)
Há sempre dois lados, foi o que pensei. Mas continuo a preferir ficar mais perto do mar e do céu azul, onde coincidentemente estou mais perto de ti.

Sapatos de Rebuçado, Joanne Harris

O regresso Chocolate em mais uma história fascinante que começa na normalidade que a vida de Vianne Rocher nunca teve. Com duas filhas, Anouk e Rosette, e a sua inigualável loja de Chocolates, tudo parecia em Paz até chegar a mulher de sapatos de rebuçado, Zozie de l’Alba. Uma mulher meticulosa, rancorosa mas sedutora é capaz de tudo para abalar o mundo calmo e feliz da família Rocher.
Joanne Harris não dispensa a magia que caracteriza a sua escrita e as suas personagens e surpreende com esta revisitação de Chocolate.

Obrigada queridos amigos por este presente no dia dos 28.

segunda-feira, setembro 15, 2008

Coisas que ando a fazer (e não sei se bem) V

Segundo o relatório da OCDE “Economic Policy Reforms – Going for Growth” de 2005, Portugal apresenta níveis de escolarização muito diminutos quando comparados com os restantes países, agravados pelo facto de ser um problema transversal às gerações e não apenas da população mais velha. Os dados do relatório da OCDE assim o constatam: 45% dos jovens activos entre os 18 e os 24 anos não têm o 12º ano concluído e destes, 25% não chegaram sequer a concluir o 9º ano.

(...)

É neste âmbito que são criados os Centros Novas Oportunidades (CNO) cujo objectivo é Reconhecer, Validar e Certificar Competências da população adulta inserida no mercado de trabalho.


(...)

A qualificação da população adulta tem sido uma prioridade, mas os problemas de desemprego, de crescimento económico e as suas repercussões na coesão e paz sociais continuam bem patentes na realidade portuguesa.

Esta estratégia apresenta, porém, algumas fraquezas: será que a qualificação da população adulta tem influência na empregabilidade de quem dela usufrui? Podemos esperar que pessoas já inseridas no mercado de trabalho melhorem a sua situação profissional? Poderá o aumento da qualificação diminuir a taxa de desemprego? Estará o Governo a “facilitar” com mais esta via de conclusão da escolaridade mínima obrigatória e do ensino secundário, agindo assim mais sobre as estatísticas do que sobre os portugueses?

sábado, setembro 13, 2008

Desassossego

Vidas desassossegadas. O caos, a esperança.
Há coisas que por mais que não façam sentido - não fazem, por muito que se tente - nos tornam mais fortes.

Penso em ti a toda a hora e queria só poder tirar-te um bocadinho que fosse do que estás a passar.
Não podendo tirar nada, dou-te a única coisa que é possível dar: a esperança dos amigos.

domingo, agosto 31, 2008

Red Light

Noites a vermelho, porque a vermelho são as noites de verão.

Vermelho-morango, vermelho-sangue, vermelho-unhas pintadas de Verão.

Vermelho é a cor do Verão, vermelho-laranja, vermelho-Sol. Lua Vermelha, como na canção.

segunda-feira, agosto 25, 2008

Felicidade é

a liberdade de fazer o que nos apetece.
Ser recebida em grande por velhos amigos.
Perceber que o tempo nos transformou e que há coisas que não mudam: ainda bem.

quinta-feira, agosto 14, 2008

Acreditemos, claro. Claríssimo.

É a prova dos 9 - aquela que tantas vezes fizemos e nunca deu nenhum resultado - é uma fórmula que andamos há anos a tentar descobrir e nunca conseguimos encontrar.

domingo, agosto 03, 2008

Dias que passam, horas que vão

Tudo acontece a uma velocidade estonteante, entre viagens e mergulhos de mar (rápidos, sempre muito rápidos). A sensação de que os dias têm poucas horas é, afinal, uma descoberta feliz.
E tenho dito.

segunda-feira, julho 21, 2008

Venenos de Deus, Remédios do Diabo. Mia Couto


As personagens: Munda e Bartolomeu Sozinho, Suacelência e Esposinha. Sidónio Rosa, jovem médico (ou quase) à procura de um amor: Deolinda, filha do casal Sozinho. Um mundo estranho em Vila Cacimba, entre a vida e a morte.

Mia sempre acaba por "desconstruir" o português, por regressar à simplicidade da terra que o viu nascer e que só pode amar.

Mia é uma paixão que não terá nunca fim.

domingo, julho 20, 2008

de repente

é um palco quase sem luz, uma vida no lusco-fusco, na penumbra de sentimentos desvairados, sem sentido, incompatíveis.
sinais à sombra, apesar do sol - não há sombra sem luz - vidas cruzadas sem querer, mundos partidos ao meio exactamente pela linha da bifurcação criada pelo acaso.
a inércia tem vontade?

Sexta-feira, 18 de Julho

Querido Migalhinha,
Bem-vindo ao Mundo. Por estes lados o mundo mudou por existires, a vida é mais alegre porque estás cá lindo e saudável e muito pequenino.
Anteontem foi, literalmente, o primeiro dia do resto da tua vida: que seja uma vida alegre e sempre, sempre feliz.

P.S. - Tenho a sensação que o Vasco pensa que és um brinquedo novo. Não te assustes :)

segunda-feira, julho 14, 2008

Parto sem dor

E agora eu vou-me embora
e embora a dor
não queira ir já embora
agora eu vou-me embora
e parto sem dor

E parto dentro de momentos
apesar de haver momentos
em que dentro a dor
não parte sem dor

Sérgio Godinho

quinta-feira, julho 10, 2008

Revelações

Andei uns tempos a pensar se o defeito seria meu. Aprendi e defendi a tese de que a alegria no local de trabalho é um incentivo à produtividade.
Validei a minha tese, só para que se saiba. E hoje vejo que o defeito não era meu: durmo muitíssimo mais descansada.
O meu mau feitio matinal não me permite sorrir logo que acordo, mas já me deixa chegar às 9 com uma piadinha matinal.
Bem-haja.

segunda-feira, julho 07, 2008

As viúvas das Quintas-Feiras


de Claudia Piñeiro.

A vida num condomínio fechado (eu diria enclausurado) duma alta-sociedade decadente num país em crise. Problemas transversais a todas as classes, a desonestidade e a futilidade no seu auge. Três mortes misteriosas, a fuga pelo lado mais fácil.

A autora é uma jornalista argentina, o livro uma crítica duríssima a uma sociedade quase ridícula.


Obrigada pelo empréstimo, apesar de não ter achado o livro fantástico! :)

Sensações















Estradas marginais. Auto Pistas.
Risos, risadas, gargalhadas.
Dois noivos lindos algures em Espanha, uma vida de sorrisos pela frente.
Amigos. Amigos muito amigos.
Fiesta todo lo día, toda la noche.
Rota
Dores de garganta.
Risos e mais risos.
Branco. Granizo. Chuva. Trovoada.
Risos e mais risos.
Tapas, cañas.
"Tudo que lo quieras"
Jota free breakfast.
Gracias, muchas gracias.

segunda-feira, junho 30, 2008

Primeira...

... "palavra" do Vasco:

ão ão.

(isto faz mais sentido se soubermos que o Cupi é o seu melhor amigo).

terça-feira, junho 24, 2008

28

Gracias a la vida que me ha dado tanto

sexta-feira, junho 20, 2008

Rio das Flores, Miguel Sousa Tavares



Mais um romance histórico que me deixou agarrada à leitura até altas horas da madrugada. Não será a obra mais brilhante de MST, mas é sem dúvida um livro recomendável.
Personagens fascinantes num país agrícola e obsoleto no caos da I República que se prolonga até ao Estado Novo. Viagens entre a ruralidade alentejana, Lisboa e Brasil. Dois irmãos com ideais diferentes, uma família latifundiária no meio do Alentejo e Diogo "liberal" com outros sonhos.
Fiquei, contudo, com a sensação de que o livro acaba abruptamente e a personagem central, Diogo, é uma deslusão. (ok, esta parte é muito pessoal).

quarta-feira, junho 18, 2008

Emboscadas

Os fins não são mais do que recomeços, são começar de novo, fazer de novo e sempre melhor.
Não quero resgatar sorrisos porque o meu nunca desapareceu e hoje, apenas hoje, é só esse que me interessa. Não quero cumprir vinganças nem alcançar bonanças, a escuridão já não é o que era. Um fim não é, não será nunca, sinónimo de dor.

Foste como quem me armasse uma emboscada
ao sentir-me desatento
dando aquilo em que me dei
foste como quem me urdisse uma cilada
vi-me com tão pouca coisa
depois do que tanto amei

Resgatei o teu sorriso
quatro vezes foi preciso
por não precisares de mim
e depois, quando dormias
fiz de conta que fugias
e que eu não ficava assim
nesta dor em que me vejo
de nos ver quase no fim

Foste como quem lançasse as armadilhas
que se lançam aos amantes
quando amar foi coisa em vão
foste como quem vestisse as mascarilhas
dos embustes que se tramam
ao cair da escuridão

Resgatei o teu carinho
quatro vezes fiz o ninho
num beiral do teu jardim
e depois já em cuidado
vi no espelho do passado
a tua imagem de mim
e esta dor em que me vejo
de nos ver quase no fim

Foste como quem cumprisse uma vingança
que guardava às escuras
esperando a sua vez
foste como quem me desse uma bonança
fraquejando à tempestade
de tão frágil que se fez

Resgatei o teu ciúme
quatro vezes deitei lume
ao teu corpo de marfim
e depois, como uma espada
pousei na terra queimada
o meu ramo de alecrim
e esta dor em que me vejo
de nos ver quase no fim.

Sérgio Godinho

domingo, junho 15, 2008

A pensar

Não é uma questão de ganhar ou perder. É o tempo que demoramos a entender as pessoas, a conhecer o seu íntimo, aquilo de que precisam - todos precisamos de alguma coisa sempre. É saber estar em silêncio sem que isso seja constrangedor, saber o que dizer na hora certa - um exercício impossível para a maior parte das pessoas como eu, que têm a mania de dizer tudo o que lhes vem à cabeça sem pensar nas consequências.
É estar atento aos outros e em tudo o que acreditamos, é sentirmos nem que seja um bocadinho da tristeza dos amigos, ainda que a não compreendamos, ainda que discordemos da forma e do conteúdo das suas decisões.
Na vida, como no mar, nunca se está verdadeiramente sozinho, e é nessa ausência de ausência que se tem de aprender a viver, ainda que se perca mais do que se ganhe.
Não é, de todo, uma questão de ganhar ou perder.

quinta-feira, junho 12, 2008

Frases essenciais

"A família, mais do que um ninho, é uma escola de voo."

"Laboratório de felicidade."

"Aqui há talentoooo"

"Espectaclare"

quarta-feira, junho 11, 2008

Últimas

5 dias, apenas com o essencial.

segunda-feira, junho 02, 2008

Ele explicou...

como consegue ter o cabelo assim
Qualquer coisa como:
Não lavar
Apanhar muito pó
Muita Laca
Não pentear.

Este blogue saúda todos os Pais cujos Filhos são fãs dos Tokio Hotel.

A minha música, sempre

sábado, maio 31, 2008

Coisas avulsas

A caridade vulgar (e digo-o sem qualquer depreciação, é a chamada "esmola") é cada vez mais nacionalista: à saída do metro de Entre Campos está habitualmente uma velhinha com um cartaz a pedir esmola. Nestes últimos dias foi acrescentada a frase "sou portuguesa": tenho dúvidas que com isso a velhinha receba mais esmolas, mas a receber começo a achar que o PNR começa a ter algumas hipóteses de ter mais de 1000 votos nas eleições.

A Amy Whinehouse foi o fiasco que de alguma maneira já todos esperavam. Ainda assim ouvem-se "mentes brilhantes" que afirmam no alto da "tenda VIP" do Rock in Rio que ao menos veio quando todos pensavam que não ia aparecer. Começo a pensar se a Ivete Sangalo (de quem não gosto especialmente mas a quem reconheço uma presença impressionante em palco) e o Lenny Kravitz (que deu um dos melhores concertos que vi até hoje) não ficarão um bocadinho, assim um bocadinho só, aborrecidos por receberem bem menos do que aquela doidinha. Não sei se o facto de a probabilidade de virem a viver muitos mais anos do que ela ser enorme lhes serve de consolo, eu cá espero que não.

sábado, maio 24, 2008

Há um ano

Vivemos o que foi o pior momento das nossas vidas. Descobri muita coisa em mim e nos outros.

Percebi que as minhas lágrimas são inversamente proporcionais ao medo: quanto mais medo tenho, menos choro.
Descobri que rezar quase sem forças me tira o peso do mundo nos ombros, mas não me deixa menos cansada, que a clareza da Fé fica turva por mais que acreditemos.
Aprendi que os votos "na saúde e na doença, todos os dias das nossas vidas" faz muito mais sentido na doença do que na saúde e que há muito mar para além da linha do horizonte.

Percebi, descobri e aprendi. É pena que o faça sempre muito melhor nas fatalidades.

quinta-feira, maio 22, 2008

A Rapariga que inventou um sonho


de Haruki Murakami.

Revelou-se-me como um dos maiores escritores que conheço.

"A Rapariga que inventou um sonho" é um livro diferente deste autor japonês por ser uma compilação de contos que foi escrevendo a partir de 1980. Segundo o próprio, não consegue escrever romances e contos ao mesmo tempo, acontece que a seguir a um romance normalmente se dedica à escrita de contos.

Uma sensibilidade impressionante que se justifica por ser um amante de jazz (esta é uma teoria minha, claro está). As histórias que escreve são, aliás, uma espécie de "laboratório experimental", onde improvisa e não teme errar. Vidas muitas vezes melancólicas e solitárias, personagens fantásticas como o Homem de Gelo ou o Macaco de Shinagawa, viagens de sonho, enfim, um conjunto de estórias de alguém que é, para mim, um potencial candidato a Nobel da Literatura.

sábado, maio 17, 2008

Pensamento do dia (repetido)

"O coração tem mais portas que uma casa de putas"

RGC in A mulher em branco

quinta-feira, maio 15, 2008

Quando

se comem hamburguers com batata frita nas minhas aulas de mestrado (perante o silêncio do professor) começo a achar que a minha tese devia entitular-se "Ketchup ou maionese: problemas e práticas".

terça-feira, maio 06, 2008

15

15 anos é muito tempo. Era o tempo do Liceu e ainda não era o tempo que tinham as nossas vidas. Foi o tempo de sorrisos, de namoros, de paixões que quase nos mataram de desgosto. Tempo dos concertos ao ar livre e sem ser, das primeiras saídas à noite, das primeiras cervejas e dos primeiros cigarros.
15 anos é muito tempo e a Terra deu 15 voltas ao Sol: voltou ao mesmo sítio, mais ou menos onde estávamos há 15 anos.

segunda-feira, maio 05, 2008

Pensamento do dia

"Outra maré cheia virá da maré vaza"
SG

domingo, maio 04, 2008

Pensamento do dia

Que difícil é, por vezes, voltar a acreditar.

quinta-feira, maio 01, 2008

Para o 1º de Maio

Mais vale ser um cão raivoso
que uma sardinha metida,
entalada na lata educadinha
pronta a ser comida, engolida, digerida
e cagadinha
Mais vale ser diferente da sardinha
um cão raivoso que sabe onde ferra
ferra fascistas e chama-lhe um figo
olhos atentos e patas na terra.

Viva o cão raivoso
tem o pelo eriçado
seu dente é guloso
e o seu faro ajustado
Cão raivoso, cão raivoso, cuidado.

Sérgio Godinho

quinta-feira, abril 24, 2008

Bairro do Amor

No bairro do amor a vida corre sempre igual
De café em café, de bar em bar
No bairro do amor o sol parece maior
E há ondas de ternura em cada olhar.

O bairro do amor é uma zona marginal
Onde não há prisões nem hospitais
No bairro do amor cada um tem de tratar
Das suas nódoas negras sentimentais

Eh, pá, deixa-me abrir contigo
Desabafar contigo
Falar-te da minha solidão
Ah, é bom sorrir um pouco
Descontrair-me um pouco
Eu sei que tu me compreendes bem

Jorge Palma

quarta-feira, abril 23, 2008

In e out

O que está out
Desconhecer que existem blogues.
Nunca ter provado massa filo ou cheesecake.
Não gostar de comida japonesa.
Estar a leste do mundo: ignorar que o Cristiano Ronaldo tem uma nova namorada, que a Alexandra Lencastre descobriu uma irmã que é jornalista da RTP ou que a Maria das Dores está apaixonada por um preso que foi dentro por roubar Ferraris.

O que está in
Ser candidato a candidato do PSD.
Lavar roupa suja em público.
Comprar a Tv7 Dias
Discutir a futura legislação laboral.
Gostar do Alberto João Jardim e considerá-lo um potencial opositor de Sócrates em 2009.

terça-feira, abril 22, 2008

Um Mundo de Estranhos, Nadine Gordimer

Nadine Gordimer foi Nobel da Literatura em 1991. Sul Africana, é habitual escever sobre o regime do Apartheid e os problemas que assolaram o seu país. "Um mundo de estranhos" é um dos exemplos da preocupação com as injustiças dum regime que hoje é difícil de entender.
Um romance em que a personagem principal e narrador, Toby, deambula entre o mundo de ostentação dos brancos e os bairros negros de Joanesburgo, sem que uma vida se intrometa na outra.
Do ponto de vista das relações sociais e políticas da época, é um livro muito interessante. No entanto, autora perde-se em descrições desnecessárias e que nada acrescentam à história, com um final que fica muito aquém das expectativas: ficamos com a sensação que o livro acabou a meio.

segunda-feira, abril 21, 2008

Há qualquer coisa de errado nisto...

Hoje sonhei que o Mário Nogueira tinha cortado o bigode...

Será que Freud explicaria isto...???

domingo, abril 20, 2008

Dias

Não me julgava tão transparente, mas há dias assim. Obrigada a quem de direito pela preocupação, mas há coisas que, por mais que se queira, não têm explicação.

sábado, abril 19, 2008

Custa-me

ver-vos a envelhecer, mesmo sabendo que lidam melhor com isso do que eu.

Porque ainda preciso tanto de vocês e começam a precisar de mim, tantas quantas as vezes que não sei como fazer.

sexta-feira, abril 18, 2008

Quando os posts antigos fazem mais que sentido

Os amigos. Entrariam-nos numa casa em chamas para nos salvarem. Mentem por nós à nossa própria mãe. Sabem de nós mais do que somos capazes de lhes dizer. Jurariam que à hora do crime estávamos a tomar chá com eles. Mesmo que a polícia nos encontrasse com as mãos cheias de sangue. “São rosas, senhores. Andei com ela toda a tarde a cortar rosas, senhores. Sangue de espinhos, senhores.”
Eles exigem-nos coisas do nada. As nossas lágrimas. O nosso lenço de assoar. A pele dos nossos inimigos. As batatas fritas do nosso bife. A nossa melhor roupa, por uma noite. Exigem-nos tudo o que nos dão. É preciso regá-los regularmente: é nos ombros deles que cai a água dos nossos olhos. Eles espevitam-nos o sentido de humor quando menos nos apetece. E depois ficam connosco quando as luzes se apagam e toda a gente se foi embora. Só aos amigos é dado o espectáculo da nossa miséria.
A paixão é uma fatalidade fácil. Uma aparição divina, só. Não há maneira de a prender por toda a vida. Por isso a embrulhamos no áspero papel da amizade. Para preservar e esquecer.
À paixão aceitam-se confissões de ciúme, voragens de posse. À amizade não. Somos capazes de confessar tudo aos nossos amigos menos a insegurança que nos mói:- Não, não gostes mais dele do que de mim.

Inês Pedrosa in "A instrução dos amantes"

quinta-feira, abril 17, 2008

Pensamento do dia

É tudo uma questão de timing e o meu nunca foi perfeito, nem perto disso.

segunda-feira, abril 14, 2008

Há um ano

Foi há um ano que te conheci, há um ano que me conheceste sem que tivesses consciência disso.
Tinhas nascido na noite anterior, uma noite precedida de um dia que não esqueço pela ansiedade da novidade que aí vinha.
Um ano volvido e a sensação é mais ou menos a mesma, mas agora eu conheço-te, tu conheces-me e fazemos parte da vida um do outro.
Para o ano tudo será diferente, porque vem aí mais uma "novidade" e porque há coisas que só podem melhorar.

sexta-feira, abril 11, 2008

64

Era uma vez 3: dois austríacos e um francês.
O francês, um pouco mais audaz,
puxou pela espada e Zás Trás Pás.
Mas não matou!
Eu vou contar como a história se passou:
Era uma vez três...

do Lacrau...

segunda-feira, abril 07, 2008

'Cause That's Me...

... e aguento-me à bronca.

(aceitam-se sugestões de tradução)

sexta-feira, abril 04, 2008

Gostava de saber porque é que

Estou a ouvir Chico Buarque e o meu Windows Media Player insiste em dizer que estou a ouvir Gotan Project.

terça-feira, abril 01, 2008

Esforço Sobre humano...

... é aconchegar-te de noite, embalar-te quando acordas estremunhado e não poder esborrachar-te com beijos!!!

sábado, março 29, 2008

Lavar a cara

Esta madrugada muda a hora: o meu horário volta.
Dias até tarde, sol e luz.
Tempo de começar a aquecer, esfregar as mãos e seguir.
Girar, sempre a girar.
De cara lavada.

sexta-feira, março 28, 2008

Casamentos precários

Já não bastava o trabalho ser temporário e querem agora que o casamento também seja...
Isto está bonito.

quarta-feira, março 26, 2008

Coisas sagradas

Dormir até tarde
Almoçar com a família
Café a meio da tarde com o Pai - sempre que posso, sempre sempre
Conversas sérias com amigos muito amigos
Cinema com a Mãe
Festas ao Cupi

terça-feira, março 25, 2008

Pensamento do dia

Dizer coisas absurdas no pior dos momentos é, muitas vezes, o melhor motor de arranque para fugir à tragédia.
Que assim seja.

Apetecia-me...

Saber jogar Boxe
Não me sentir mal sempre que vejo sangue
Que fosse obrigatório ser Primavera quando o calendário lá chega
Não ter de ir a hospitais nos próximos... 10 anos
Saber estar calada quando é absolutamente necessário.

domingo, março 23, 2008

Pensamento do dia

Reviver é estragar lembranças.

sexta-feira, março 21, 2008

Cenário simples

Junto ao mar de braço dado com o vento, a enganar o tempo.
Mar, Vento, Tempo.

quarta-feira, março 19, 2008

Ao Pai

Dedo mindinho
Seu vizinho

Pai de todos

Fura bolos

Mata piolhos

terça-feira, março 18, 2008

A piada da semana

Vitalino Canas, deputado da bancada socialista na Assembleia da República, é o Provedor do Trabalho Temporário.

AHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAAHHAHAHAHAAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA

Pensamento do dia

Ir a uma entrevista e pôr-me a discutir com o entrevistador é capaz de não ser a melhor estratégia para arranjar emprego...

Ao menos foi divertido!!!

PS - A cigana voltou a passar por mim e dizer que estou com mau olhado...

domingo, março 16, 2008

Gabriel García Márquez e Fidel Castro, Os segredos de uma Amizade


De Ángel Esteban e Stéphanie Panichelli, um livro sobre os meandros duma amizade entre Gabo, descrito como um homem que adora o poder mas que o exerce discretamente e Fidel que, todos reconhecemos, o detém.


Gabo sonhava com uma América Latina unida e com um socialismo próprio, diferente da URSS ou de países comunistas como a China. Fidel seria um catalizador desse sonho com o exemplo que podia dar em Cuba de um Socialismo forte e justo.


Os autores não evitam o tom crítico com que descrevem certos acontecimentos em Cuba ou mesmo relativamente a Gabo: muitas vezes ironicamente apontam o dedo ao regime de Fidel e a Gabo por nada fazer relativamente aos problemas cubanos (principalmente no que respeita aos presos políticos e às condenações à morte que Márquez sempre criticou).


A verdade não está neste livro, nem estará em nenhum que se escreva, mais ou menos pró-castrista. A verdade só os dois a conhecem e veremos se um dia a contarão (esta é, aliás, uma promessa de Gabo).


Sem dúvida que é um livro bem documentado, baseado numa bibliografia extensa, mas que nem sempre é isento - não podendo deixar de fazer esta crítica, tenho dúvidas no entanto que fosse possível escrever um livro destes com verdadeira imparcialidade,




Obrigada LG e HL por este presente naquele dia tão especial.


sábado, março 15, 2008

Toda a vida...

preferi fazer de novo a refazer.

(Isto inclui, obviamente, destruir o que havia sido feito).

sexta-feira, março 14, 2008

Pensamento do dia

Não há nada mais complicado do que tentar entender pessoas.

quinta-feira, março 13, 2008

Coisas que ando a pensar

Eu que sempre acreditei no Serviço Nacional de Saúde, reconhecendo-lhe fraquezas mas principalmente virtudes começo a pensar que quem não tem dinheiro não se safa.
Mas é só um pensamento que vale o que vale.

sexta-feira, março 07, 2008

Este título podia ser uma asneira muito grande

Acordar cedo, muito cedo.
Metro-Táxi-Táxi-Metro-Metro-Comboio.
Entre uma vida passada em meios de transporte:
Entrevistas. Um a cigana que me diz que estou com mau olhado. Um sorriso para a cigana porque hoje só quero paz.
Depois dum dia que não dá pra contar, a pergunta:
Será que a cigana tinha razão...?

sábado, março 01, 2008

A torta da vida

Sempre que começo um caminho há uma mão a segurar-me, a pedir-me para ficar. E eu fico sempre, sempre que começo um caminho.
Seguir em frente depende muito mais dos outros do que de mim.
Dizer que não há direito não vale de nada. Afinal, se não há direito, há esquerdo e sempre preferi os esquerdos aos direitos.

sexta-feira, fevereiro 29, 2008

Hoje

Tens de me prometer - promete por favor - que vais aceitar o passado e recomeçar o presente.
Perdoei-te porque acredito que as pessoas podem mudar, não esqueço enquanto não fizeres mais e melhor.
Muda, não fiques aí especado à espera que tudo aconteça.
Vive.

quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Pensamento do dia

O Blogger Dashboard devia ter, para além das Definições, um separador com Indefinições. Com um simples clique postava-se um estado de espírito.

terça-feira, fevereiro 26, 2008

Coisas que ando a fazer ( e não sei se bem) IV

A Gestão de Recursos Humanos tem a ver com pessoas que, como seres complexos e únicos, não podem ser tratados apenas como “recursos” e com base apenas no seu “valor de uso”, mas vistos como possuidoras de determinadas características e competências que lhes são próprias.
(...)
Não é possível esquecer que, ao falar de gestão de recursos humanos é de pessoas que se trata. Não se pode atingir um nível “óptimo” de qualidade e competitividade organizacionais se não se tiver em conta que os indivíduos que contribuem para esses factores são pessoas, com vida pessoal e familiar, com emoções, atitudes e comportamentos próprios. É igualmente importante reconhecer que as organizações devem estar viradas para fora, no sentido em que têm, como já foi referido, de estar em sintonia com outras instituições e com o próprio Estado.
(...)
A ordem interna e a estabilidade duma empresa dependem disto mesmo: reconhecer os seus trabalhadores como seres únicos, ter capacidade de negociação e acima de tudo a capacidade de atingir consensos.
(...)
As questões da flexibilidade e adaptabilidade dos trabalhadores nas empresas estão hoje na ordem do dia. Sendo certo que são precisas medidas que respondam aos desafios da economia global, é importante não esquecer que há direitos de que os trabalhadores não estão dispostos a abdicar, e que pô-los em causa é não só um risco para a classe trabalhadora como para as empresas de que fazem parte. Alguma flexibilização é necessária, mas não a qualquer custo.Os gestores de recursos humanos têm neste campo um papel muito importante a desempenhar, por estarem virados para as pessoas, as relações entre elas e a sua relação com as organizações. São profissionais com experiência não só em identificar competências, mas também a reconhecer os riscos que uma flexibilização sem limites pode trazer para as empresas que, por necessitarem de trabalhadores com uma certa dedicação e disponibilidade, que se integrem com facilidade e que trabalhem em prol de objectivos comuns a toda a organização, devem reconhecer as preocupações da crescente precariedade a que os trabalhadores estão sujeitos.

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Ponto de Situação

Acabo o último trabalho 2 horas antes de recomeçarem as aulas.
Isto diz imenso sobre mim, não diz...?

sábado, fevereiro 16, 2008

Mar e Lua

Amaram o amor urgente
As bocas salgadas pela maresia
As costas lanhadas pela tempestade
Naquela cidade
Distante do mar
Amaram o amor serenado
Das noturnas praias
Levantavam as saias
E se enluaravam de felicidade
Naquela cidade
Que não tem luar
Amavam o amor proibido
Pois hoje é sabido
Todo mundo conta
Que uma andava tonta
Grávida de lua
E outra andava nua
Ávida de mar

E foram ficando marcadas
Ouvindo risadas, sentindo arrepio
Olhando pro rio tão cheio de lua
E que continua
Correndo pro mar
E foram correnteza abaixo
Rolando no leito
Engolindo água
Rolando com as algas
Arrastando folhas
Carregando flores
E a se desmanchar
E foram virando peixes
Virando conchas
Virando seixos
Virando areia
Prateada areia
Com lua cheia
E à beira-mar

Chico Buarque

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Ontem

Eu, que embirro desde sempre com o Dia de S. Valentim, não porque tenha alguma coisa contra o dito Santo, mas porque esta coisa do "dia dos namorados" sempre me causou uma certa incompreensão (sim, mesmo quando tinha namorados nesta altura), porque há coisas que deviam ser como devia também ser o Natal: todos os dias.
Eu, que toda a vida achei Kitsch demais os coraçõezinhos, os vermelhinhos, os peluchinhos e outras coisas acabadas em "inho", eu que nem me lembrei que era o dito dia, eu... tenho direito a um telefonema matinal do melhor amigo de todos os melhores amigos do mundo com um entusiástico "Feliz dia dos Namorados, Jotinha! É só para te dar um beijo enorme porque me apeteceu!". Eu que tinha sono e que nem estava a perceber bem, eu que não ligo nenhuma, eu afinal ligo e foi um bom dia só porque começou assim: bem!

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

I (still) have a dream

Há um país no qual não acredito mas, que quer queiramos quer não, a todos diz respeito.
Acredito que haja milhares de americanos que ainda sonhem com o dito "sonho".
Não sei se este senhor vai conseguir ganhar à Srª Clinton, mas eu gostava. Temo que depois disso não consiga ganhar a Mcain, mas gostava ainda mais.
Yes, we can

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Coisas que ando a fazer ( e não sei se bem) III

As relações contratuais não tradicionais começaram por ser uma resposta às mudanças económicas, crescente competitividade, especialização cada vez maior e mais necessária para a sobrevivência das empresas, a alteração da composição da força de trabalho – trabalhadores mais velhos e crescimento das mulheres trabalhadoras – de modo a facilitar quer a entrada no mercado de trabalho, quer as necessidades pontuais das empresas, quer o facto de o trabalho dito tradicional estar em claríssimo decréscimo e as economias não serem capazes de criar empregos suficientes para a população activa.
Mas tudo isto acarreta riscos enormes para as pessoas e, a longo prazo, para as próprias economias que dificilmente serão capazes de travar este aproveitamento da situação do mercado de trabalho pelas empresas e pelos próprios Estados de cada país. Sendo certo que a noção de “emprego para toda a vida” é uma realidade do passado e que os trabalhadores terão de saber adaptar-se aos desafios já mencionados, é essencial prever até onde essa adaptabilidade terá de ir sem que se percam os direitos inalienáveis dos trabalhadores e a oportunidade que se lhes deve dar para terem qualidade de vida, constituírem família e atingir as suas expectativas de vida.

sábado, fevereiro 09, 2008

Cúmulo dos cúmulos...

... é estar desempregada, estudar relações laborais e perceber que não há muito espaço para futuros...

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Diálogos que me tiram do sério e não deviam

Cenário: IP3, troço de Santa Comba Dão

Avó: Terra do grande Salazar. É pena que só depois das pessoas morrerem se lhes dá o devido valor.

Neta: Há-de estar a arder nas profundezas do Inferno!

Avó: Filha, não digas isso. Foi um grande homem, se ainda estivesse vivo isto não estava como está!

Neta: (visivelmente irritada) A Avó devia pensar bem antes de dizer essas coisas, há coisas que eu não posso aceitar. Sabe que na altura desse senhor havia prisões políticas, as pessoas não podiam dizer o que pensavam, enfim, não havia liberdade de expressão, entre outras coisas?

Avó: Pronto, filha, tu tens as tuas ideias, eu tenho as minhas, que queres que faça?

Neta: Que não diga disparates!!! (pronto, foi aqui que "a neta" se passou porque ainda não percebeu que os avós envelheceram e que nem vale a pena discutir estas coisas com eles.

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Babbitt, Sinclair Lewis

Uma sátira sobre a América dos anos 20, altura da Lei Seca que o conservadorismo apoiava mas não praticava. Um homem de negócios e de família numa cidade comercial, Zenith, que vive infeliz num dia-a-dia farsante em que a única coisa que interessa são as aparências. Tenta mudar, dizer o que pensa mas, no final, apercebe-se que as ideias liberais só lhe trazem dissabores e por isso retorna à vida conservadora e fútil de outrora.
Sinclair Lewis, Nobel da Literatura em 1930, descreve com alguma ironia a prosperidade daqueles que vivem num mundo de mentira e de aparências, que lutam contra as ideias liberais, socialistas e de justiça social.
78 anos depois, ou 88 depois da época da história, há obras que são ainda contemporâneas...

segunda-feira, fevereiro 04, 2008

Coisas que ando a fazer (e não sei se bem) II

(...)
Porque não é viável sermos europeus e “cidadãos globais”, numa economia global e sem fronteiras, se for esquecida a dimensão social que qualquer modelo económico tem de ter. Porque não é possível construir um futuro e corrigir os erros do passado se não se pensar num novo Modelo Social que tenha em conta as disparidades e os problemas da actualidade. A Europa mudou, o Modelo Social Europeu tem de mudar a par da Europa.
Neste sentido, a Globalização só é uma ameaça para o Modelo Social Europeu se este último não for repensado e se forem criados mais entraves à construção de uma Europa mais justa e igualitária. A ameaça da Globalização é óbvia, mas para que deixe de o ser é necessária vontade política, estabelecer prioridades para criar condições que permitam a defesa dos direitos inalienáveis dos cidadãos europeus.

Coisas que ando a fazer (e não sei se bem) I

(...)
É neste sentido que o sindicalismo tem de guiar as suas actividades. A capacidade reivindicativa dos sindicatos é hoje posta em causa por muitos, mas o preocupante é sê-lo também por um conjunto de trabalhadores que se não revê num sindicalismo conservador, com concepções já ultrapassadas para a realidade que hoje se vive. O sindicalismo tem de ser reforçado e renovado por ser uma peça essencial na vida democrática e livre: se o não for, ganham aqueles que consideram o diálogo uma espécie de “tempo perdido” e que padecem daquilo a que se vem chamando a “sindicalofobia”.
Ser sindicalista hoje tem uma conotação menos positiva e isso não se deve a um estereotipo sem sentido, deve-se, isso sim, a um certo descontentamento por quem não se revê nele por ter problemas mais diversos e profundos do que aqueles sobre os quais sindicatos (ainda) lutam.
Há sem dúvida nenhuma um lugar para o sindicalismo hoje, mas para ocupar esse lugar tem de se transformar, renovar e inovar, de modo a ser um parceiro de negociação essencial para as reformas necessárias e ajudar ao aumento da justiça e coesão sociais, para um mundo laboral mais igualitário, com mais direitos e menos insegurança.

sábado, fevereiro 02, 2008

Montes

Projectos empilhados até ao tecto.
O caos, o conflito, a falta de ordem que não é desordem, é só falta de organização.
Não há tréguas, as que há resumem-se ao silêncio.
Dor é diferente de ardor, não é?
Enganemo-nos.

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Desordem

Tudo ao contrário.
O mundo ao contrário.
Pessoas do direito, eu do avesso.
"vou continuar a estratégia da cigarra
cantando o inverno a chegar" Jorge Palma

domingo, janeiro 27, 2008

Miguel

Significa em hebraico "aquele parecido com Deus".
São Miguel, o arcanjo do primeiro raio de Deus, combatente do Bem contra o Mal.
Miguel Torga, um dos maiores poetas e escritores do século XX.

Miguel, irmão de Vasco.
Miguel, o segundo filho, neto, sobrinho.
Miguel, qual D. Sebastião, tal como o mano Vasco, "O Desejado".

terça-feira, janeiro 22, 2008

Hoje

A Fava virou Feijão :)

Ontem na TSF

Ontem foi o dia mundial das religiões. A TSF entrevistou um senhor (cujo nome não me lembro) que defendia o ateísmo, mas muito mal. Nada contra os ateus, mas ele há coisas que me partem toda. Isto porque a determinada altura, no meio de um discurso pouco coerente, o senhor diz qualquer coisa como "hoje em dia, dizer no trabalho que se é ateu é pior do que dizer que se tem Sida".
Pois bem, com tiradas brilhantes como esta, em que o ateísmo é comparado com uma doença infecto-contagiosa, sexualmente (e não só) transmissível, não há católico, muçulmano, judeu, budista, etc. etc. que precise de sair em defesa própria.

domingo, janeiro 20, 2008

Carolina

Para ti que és linda.
Para ti que me fazes sonhar com o melhor.
Para ti, porque quero mesmo estar à altura.
Para ti, para sempre.

Dias

Dias assim. Simples, com sentido.
Nunca a Alegria foi tão simples. Que assim seja, para sempre.

sábado, janeiro 19, 2008

A Frase dos Dias

Se Deus está por nós, quem estará contra nós?

A resposta é, obviamente, Ninguém!

quarta-feira, janeiro 16, 2008

Se eu pudesse

movia um processo contra os corações arrependidos, pedia-lhes uma indemnização choruda para aprenderem a não olhar para trás enquanto se conduz uma vida.

segunda-feira, janeiro 14, 2008

CGTP-Intersentimental (citando de novo "O Boato")

Ele era sempre tão afectuoso que já o chamavam o Carvalho da Silva das manifestações amorosas.

sábado, janeiro 12, 2008

Coisas que me tiram do sério

A política (e os políticos) de hoje.
A desonestidade.
As meias verdades ou meias mentiras porque são a mesma coisa.
Passados repetidos.
Pessoas passageiras.
A chuva quando não molha.
Futilidades.
Indefinições.
Faltas de educação.

A tristeza dos amigos.

As mulheres de meu pai, José Eduardo Agualusa


A personagem morta sempre presente: Faustino Manso, compositor e músico angolano. A vida à volta das suas sete viúvas e dezoito filhos. A realizadora de cinema Laurentina, filha mais nova de Faustino, percorre a vida de seu pai de fio a pavio: os lugares, as mulheres, os amigos. Uma viagem por África, pelas suas gentes, história, paisagens, cheiros.


Agora que África está tão perto da minha vida (porque faz com que algumas pessoas estejam tão longe) há livros que são verdadeiros sinais de Deus. Obrigada à Mãe que me ofereceu este livro cuja dedicatória dizia "que eu seja a única do Pai".

quinta-feira, janeiro 10, 2008

Pensamento do dia

O novo aeroporto de Alcochete devia chamar-se "Aeroporto Jámé" - escrito assim é melhor, já que o Francês escrito como se lê em português é muito mais Lin(D)o.

sábado, janeiro 05, 2008

Disse-o o "Boato" quando ainda era vivo

Andamos todos a tentar dizer coisas definitivas a pessoas passageiras.

terça-feira, janeiro 01, 2008

Canário, Rodrigo Guedes de Carvalho




Em Canário o narrador enfrenta o leitor, desafia-o num tom ríspido de quem nada teve e dificilmente alguma coisa terá. Um homem sem futuro, "engaiolado" que disserta sobre as coisas da vida, da sua vida na prisão e fora dela. Várias histórias que a determinada altura se unem por uma coincidência que se vem a verificar não ser feliz. Histórias de vida, de pessoas iguais a tantas outras e talvez por isso seja um livro fascinante, perto do trágico.

Jerusalém, Gonçalo M. Tavares


O pior que pode haver nos seres humanos. Uma pesquisa sobre os horrores do passado e uma possível previsão dos horrores do futuro. A incerteza da demência - ao ler sobre a demência da personagem central Mylia Busbeck (para mim, pode haver outras leituras) fiquei a pensar se não seremos nós, ditos "sãos" os dementes deste mundo.

Um livro surpreendente por tudo: o autor que desconhecia e que superou todas as expectativas, as personagens tão complexas e tão reais, a história tão estranha que nos obriga a reflectir sobre o estado das coisas. Surpreendente também pelo final.