“dêem-me o céu azul e o sol visível. Névoa, chuvas, escuros — isso tenho eu em mim”.
Álvaro de Campos via uma ideia com defeito
Na vida real as aparências estão do outro lado do espelho. Na vida real não me assemelho à simulação das evidências (SG)
sexta-feira, outubro 28, 2011
quarta-feira, outubro 26, 2011
Lost in words
Veio calor de Praga, apesar do frio. As preocupações ficaram (voltaram) com o clima amargamente ameno. Nunca um Verão prolongado soube tanto a desencantamento. A tempestade adapta-se melhor ao estado de espírito. Não sou eu. É este país, esta Europa, este mundo. Um mundo que tem tantas coisas bonitas que fazem parecer que afinal vale a pena, mesmo quando tudo parece perdido.
Perdida. É isso.
Perdida. É isso.
segunda-feira, outubro 17, 2011
Inevitável é a tua Tia!


Fui como indignada, saí dali mais indignada ainda. Sem esperança. Com (ainda mais) vontade de ir embora.
Fotos retiradas de oblogouavida.blogspot.com
sexta-feira, outubro 14, 2011
Leituras
No momento em que caí das nuvens e tomei conhecimento da decisão de Joana de não continuar com a gravidez, e que até já apresentara a demissão ao patrão nessa mesma manhã, abati-me sobre os seus pés e, de cabeça tão baixa e humilde, que a mais não podia, como se ela fosse a deusa dos meus passos, supliquei que me deixasse ficar com a criança, que eu a educava sozinho, que seria um pai exemplar, que lhe prometia o que ela quisessem que lhe daria dinheiro para todas as despesas e mais alguma, que tinha algum dinheiro de parte para a educação e afins, que nunca revelaria a identidade da mãe. E era no corpo dela todos os meus sonhos. E o corpo dela desapareceu no nevoeiro das minhas retinas salientes, que pingavam copiosamente.
Regina Samagaio - "Entrevista de emprego"Há porventura quem acredite que um burro não pensa. Engano seu. Os burros são como os homens. Em ambas as espécies, há alguns dados ao raciocínio.
Emílio Gouveia Miranda – "João, O Trovador"
Maria era uma puta triste porque não sabia o que era o amor. Maria era uma puta rodada, experiente, envelhecida e mal-amada. Gastara o seu corpo no uso dos homens, perdera o caminho das emoções, esvaziara-se de sentimentos à conta de tanto os fingir. Quando deu por si, sentiu-lhes a falta como à casinha de bonecas que tanto quis e nunca teve e amargurou na ausência de um coração que ainda pudesse ser trocado pelo amor.
Maria João Lourenço - “Maria”
sexta-feira, outubro 07, 2011
quinta-feira, outubro 06, 2011
segunda-feira, outubro 03, 2011
Uma Noite Não São Dias, Mário Zambujal
O autor diz do livro "é uma paródia". Mário Zambujal tem uma escrita simples e clara e este livro não é excepção. Passa-se tudo no "esquisito ano de 2044", e MZ conta uma história em que de alguma maneira caracteriza uma sociedade fria, diferente daquela de hoje temos mas que muito facilmente pode caminhar para o que é a sua visão do futuro. Mas não em tudo: 2044 não é, do meu ponto de vista, um tempo tão longínquo que possa conduzir a tantas mudanças. Mais: creio que no meio da narrativa MZ foi pouco cuidadoso nos pormenores que umas vezes referencia, outras vezes parece esquecer-se que o fez.

É uma leitura rápida e interessante, mas a obra-prima continua a ser a "Crónica dos Bons Malandros", definitivamente.
Tubo de Ensaio parte III, João Quadros e Bruno Nogueira

Uma óptima escolha para leitura de praia.
Histórias Falsas, Gonçalo M Tavares
É uma recriação de histórias da filosofia. Gonçalo M Tavares fantasia acerca de histórias que conhecemos há séculos. "Não são histórias do género fantástico, mas um homem - de há três mil anos - pode nelas utilizar objectos que ainda não existiam." - palavras do autor. É uma leitura divertida, com grandes doses de humor e ironia. São nove, as "histórias falsas".
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