Passados, Presentes (para ti, F.)
Prometeu-lhe que quando fossem velhinhos ia continuar a ser assim.
Prometeu-lhe que iam sempre ser o que tinham construído até hoje, naquela amizade que já teve de tudo: amor, discussões, enganos - e no fim, sempre o melhor disso tudo, a cumplicidade que lhes permitia dizer o que pensavam, alimentar as suas lágrimas com aquele sorriso que só eles sabiam dar um ao outro que dizia que "tudo vai passar. Passa sempre".
É porque se têm um ao outro. Porque sentem um amor infinito que ninguém parece compreender, apenas criticar ou desconfiar.
É porque só assim, com aquele amor fraterno inexplicável, as suas vidas faziam sentido.
Tinham a certeza que haviam sido amantes noutra vida e isso explicava tudo, até o facto de se sentirem como irmãos.
Na vida real as aparências estão do outro lado do espelho. Na vida real não me assemelho à simulação das evidências (SG)
quarta-feira, outubro 31, 2007
quinta-feira, outubro 25, 2007
domingo, outubro 21, 2007
sábado, outubro 20, 2007
quinta-feira, outubro 18, 2007
domingo, outubro 14, 2007
Todo o sentimento
Preciso não dormir
Até se consumar
O tempo da gente
Preciso conduzir
Um tempo de te amar
Te amando devagar e urgentemente
Pretendo descobrir
No último momento
Um tempo que refaz o que desfez
Que recolhe todo sentimento
E bota no corpo uma outra vez
Prometo te querer
Até o amor cair
Doente, doente
Prefiro então partir
A tempo de poder
A gente se desvencilhar da gente
Depois de te perder
Te encontro com certeza
Talvez num tempo da delicadeza
Onde não diremos nada
Nada aconteceu
Apenas seguirei
Como encantado ao lado teu.
Chico Buarque e C. Bastos (podiam ser os Xutos)
Até se consumar
O tempo da gente
Preciso conduzir
Um tempo de te amar
Te amando devagar e urgentemente
Pretendo descobrir
No último momento
Um tempo que refaz o que desfez
Que recolhe todo sentimento
E bota no corpo uma outra vez
Prometo te querer
Até o amor cair
Doente, doente
Prefiro então partir
A tempo de poder
A gente se desvencilhar da gente
Depois de te perder
Te encontro com certeza
Talvez num tempo da delicadeza
Onde não diremos nada
Nada aconteceu
Apenas seguirei
Como encantado ao lado teu.
Chico Buarque e C. Bastos (podiam ser os Xutos)
quinta-feira, outubro 11, 2007
Pensei que o meu pai era um Deus
De Paul Auster. Um conjunto de cartas escritas ao autor numa altura em que tinha um programa de rádio e pedia aos ouvintes para lhe escreverem pequenas histórias que parecessem ficção mas que fossem reais. O programa teve imenso sucesso nos EUA e das 4 mil cartas que Paul Auster recebeu, escolheu 179 que retratam muito daquilo que a América é (de bom e de mau) e onde os ouvintes partilham histórias cómicas, tristes, trágicas, irónicas de várias épocas. É, como disse o The Times "ouvir a América falar".
Não resisto em transcrever um parágrafo de um dos muitos autores deste livro: Dede Ryan que no capítulo dedicado às "Meditações" escreve um texto chamado "Martini e algo mais" cujo texto um dia escreverei aqui na íntegra porque é brilhante. Fica um bocadinho:
Se o leitor tem sede de saber, só tem de olhar para o fundo do seu copo. Não, não olhe mais além. Agite brandamente os seus sonhos e verá - os seus pensamentos e imaginação levá-lo-ão a passar o cabo dos mais estremecidos sonhos e esperanças.
E outro, que é sobre a rádio, a "amiga da solidão" escrita por Ameni Rozsa:
Ser-se abandonada, por vezes, é uma ventura. Enquanto cuidamos das nossas perdas, pode ser que os nossos eus voltem, pé ante pé, para dentro de nós.
As noites das mil e uma noites
De Naguib Mahfouz, Prémio Nobel da Literatura em 1988 é uma viagem impressionante pelo mundo Árabe. Sentem-se os cheiros, os sabores, enfim, a cultura de um mundo distante e diferente.
Acima de tudo senti que há valores que são da Humanidade e lembrei-me da pretensão do Ocidente em achar que só aí (aqui) é que se é livre e justo.
Confirmo com este livro aquilo em que já acreditava: seja qual for a religião, a cultura, a nacionalidade, todo o ser humano sabe distinguir entre o bem e o mal.
Acima de tudo senti que há valores que são da Humanidade e lembrei-me da pretensão do Ocidente em achar que só aí (aqui) é que se é livre e justo.
Confirmo com este livro aquilo em que já acreditava: seja qual for a religião, a cultura, a nacionalidade, todo o ser humano sabe distinguir entre o bem e o mal.
Curtas
Quis amanhecer de novo, de alguma maneira consegui
Estar com os amigos (vários, em diversos dias) faz-me bem
Deus apareceu-nos subitamente na A1: "Ele é o rei" fez-nos soltar uma bela gargalhada (já pra não falar naquela palavra feia)
"A vida não vai parar, não percas tempo" continua a ser uma maneira de estar na vida (talvez como outra qualquer)
E mais, muito mais
domingo, outubro 07, 2007
Lá,
No quarto das estrelas vêem-se estrelas, vêem-se sonhos. O quarto das estrelas tem futuros e passados, tem lembranças, cheiros, sensações estranhas. No quarto das estrelas lêem-se livros, chora-se e ri-se com eles. No quarto das estrelas forjam-se reviravoltas, projectam-se mudanças.
Foi ali, sozinha no quarto dos sonhos, que me despedi de ti sem saber se vai ser para sempre. É ali que tomo decisões que têm consequências.
sábado, outubro 06, 2007
Cenários
Passaram-se muitas coisas. Momentos. Tempos.
Gare do Oriente, comer "junk food" à espera do combóio. Encostada a uma coluna, pés em cima da mala que estava em cima do banco, a borrifar-me "para as maneiras". Chega uma rapariga, devia ser mais ao menos da minha idade. Mulata, com uma bagagem que incluía uma guitarra. Pensei "esta deve ouvir boa música, não sei porquê". Senta-se no banco atrás do meu. Olho-a de "phones" nos ouvidos, mas reparo que não é o mais recente "i-pod" que agora todos têm: é uma banal (e ultrapassado para os que já não compram cd's) discman. Sem querer ouço a música que ela ouvia declaradamente alto: Yann Tiersen, "O Fabuloso destino d'Amelie Poulain". Esta música persegue-me em alguns momentos da minha vida. Apeteceu-me pôr-lhe a mão no ombro. Não o fiz.
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