quinta-feira, outubro 11, 2007

Pensei que o meu pai era um Deus


De Paul Auster. Um conjunto de cartas escritas ao autor numa altura em que tinha um programa de rádio e pedia aos ouvintes para lhe escreverem pequenas histórias que parecessem ficção mas que fossem reais. O programa teve imenso sucesso nos EUA e das 4 mil cartas que Paul Auster recebeu, escolheu 179 que retratam muito daquilo que a América é (de bom e de mau) e onde os ouvintes partilham histórias cómicas, tristes, trágicas, irónicas de várias épocas. É, como disse o The Times "ouvir a América falar".


Não resisto em transcrever um parágrafo de um dos muitos autores deste livro: Dede Ryan que no capítulo dedicado às "Meditações" escreve um texto chamado "Martini e algo mais" cujo texto um dia escreverei aqui na íntegra porque é brilhante. Fica um bocadinho:


Se o leitor tem sede de saber, só tem de olhar para o fundo do seu copo. Não, não olhe mais além. Agite brandamente os seus sonhos e verá - os seus pensamentos e imaginação levá-lo-ão a passar o cabo dos mais estremecidos sonhos e esperanças.



E outro, que é sobre a rádio, a "amiga da solidão" escrita por Ameni Rozsa:


Ser-se abandonada, por vezes, é uma ventura. Enquanto cuidamos das nossas perdas, pode ser que os nossos eus voltem, pé ante pé, para dentro de nós.

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