Murakami entrevista num primeiro momento as vítimas do atentado (entenda-se por vítimas os que sofreram fisicamente com o ataque com gás e, em alguns casos, as suas famílias) e alguns seguidores (nem todos eram "renunciantes", termo atribuído a quem renunciava à vida na sociedade para entrar na Aum) que na sua grande maioria se sentiram enganados pela Aum.
O livro é em tudo comovente. Pela realidade que encerra, pela simplidade com que algumas vítimas olham para o passado e para o que lhes aconteceu, pelo ódio de outras. É-o também por causa daqueles que, por terem pertencido à Aum, por não saberem o que realmente a seita pretendia (ou o seu líder máximo) viram cair por terra tudo a que se entregaram a determinada altura da vida e nunca conseguiram voltar a ter uma vida "normal".
É igualmente interessante tentar compreender porque é que a maioria das pessoas que pertenciam à seita eram altamente qualificadas e com grande sucesso no que faziam (estivessem ainda na fase da formação académica ou já no mundo do trabalho) se tornaram "renunciantes" porque sentiam que não encaixavam na sua sociedade.
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