sexta-feira, agosto 27, 2010

Simplifiquemos, pois claro!

"Governo simplifica contratação de pessoal a termo para toda a função pública" hoje no Público online.

Honestamente não consigo vislumbrar as repercussões desta medida (sejam elas benéficas ou não seja lá para quem for) mas esta "onda" do Simplex, de simplificar tudo quanto são procedimentos já começa a enjoar. Em regra, na vida, tenho tendência para "descomplicar" (às vezes demais) e de não complicar o que simplesmente não é complicado. Sou, por princípio, contra qualquer forma de precariedade (na qual incluo a contratação a termo) mas reconheço que o mundo do trabalho está em mudança e que o "emprego para toda a vida" das gerações anteriores à minha tem os dias contados (se é que já não está morto e enterrado), por isso tento o mais possível não ser avessa a tudo o que tem "rasgos" de prejuízo para os trabalhadores.

Não analiso Curriculae nem nunca o aprendi a fazer, ajudei muitas vezes a fazê-los e tenho uma perspectiva "simplista" (como não podia deixar de ser) daquilo que considero ser um bom CV, ao contrário de outros que escrevem teses sobre o tema: simples, conciso, objectivo e o mais sucinto possível (e nesta caracterização chego a repetir-me, uma vez que uns adjectivos serão sinónimos de outros).

Segundo a notícia, a medida é ainda uma mera* proposta em resposta a reivindicações dos sindicatos por uma simplificação dos concursos: no alto da minha ignorância creio que estes senhores (dos sindicatos) estão a dar um belo tiro no pé, mas isso serão eles a avaliar se a medida for para a frente.

Mas aquilo que me transcende nem é nada disto. É que fiquei literalmente numa encruzilhada de pensamentos: sempre considerei muitos dos concursos para a contratação pública uma verdadeira "treta". Sou bastante resistente à questão dos testes psicológicos, ou psicotécnicos ou seja lá o que isso é - não querendo, no entanto, contestar nem atestar a possível cientificidade da coisa - e tenho uma claríssima opinião (muito negativa e por experiência própria) relativamente às entrevistas realizadas para a função pública.

Sendo assim, a conclusão seria que fiquei muito contente com esta notícia. Mas não: não acho que as competências se meçam por meia dúzia de folhas dum Curriculum (no meu caso resume-se a duas páginas)e muito menos considero que isto seja solução para coisa alguma.

*na revisão do texto, apercebi-me que inadvertidamente acrescentei um "d" a esta palavra. Fiquei na dúvida se o deveria manter. Fica registado.

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