quinta-feira, fevereiro 10, 2011

ai portugal, portugal...

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No meu portugal há um Estado absolutista que me impõe regras que nem deviam ser legais. Que me obriga a passar recibos verdes online,. Que me obriga e entregar o IRS online. Mas que depois não é capaz de me deixar votar online, pois se nem ainda chegou à fase de conseguir condições técnicas de eu conseguir saber o meu novo número de eleitor online para poder votar! (porque no meu portugal eu sou obrigado a pagar um cartão de cidadão - a cidadania paga-se - e um novo número de eleitor mas o meu portugal não tem quaisquer obrigações para comigo, nem de me informar em devido tempo que novo número de eleitor Comprei).
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O meu portugal revolta. Parece que revolta a todos mas de formas diferentes. A uns causa revolta a classe política, assim, por inteiro; a outros causa revolta viver num país em "que para ser escravo é preciso estudar"; ainda a outros causa maior revolta que uma música possa estar a espelhar essa revolta (ainda se fosse do Zeca...). Mas como é que se revolta uma "geração sem remuneração"? "Vão sem mim que eu vou lá ter" que agora estou aqui no conforto do sofá a ver a revolução no Egipto na Aljazeera porque hoje somos todos egípcios!

Somos todos egípcios o CARA...ças! Eu não sou! Não sou porque me recuso a, com a minha passividade, insultar um povo que agiu, em vez de calar em angustia a revolta; agiu, quando percebeu que não se chega a lado nenhum com cantigas, nem com palavras; agiu, quando em vez de escrever desabafos estéreis (assim como este), levantou o AlCú do al-sofah e decidiu fazer alguma coisa: pedir um Egipto para eles.

Nós temos lá tempo e paciência de exigir um Portugal com P maiúsculo (ou mesmo um Egipto com Pê) para nós! isso envolve manifs e assim. E nas manifs há muita gente. E depois não há lugar para estacionar o carro.


por arcebisposarrafeiro

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