Começa a azáfama. Último jantar de Natal, velhos amigos com novos rumos que se encontram uma vez por ano. Amanhã parto para a minha Mira, lá me esperam a família, a lareira, o musgo que vou buscar à tarde com o Papi (este ano não queremos pinheiro, houve muitos que arderam) e quando chegarmos a casa vai cheirar a rabanadas que a Mãe e a Mana estarão de certeza a fazer. O Cupi não me vai largar enquanto estiver a fazer o Presépio. Desembrulhar cada um dos personagens no papel de jornal do ano passado: desde a mais pequena ovelha ao Menino Jesus. Montar a cabana que há anos fiz com o meu Pai e que ainda hoje consegue manter-se inteira. Última peça do presépio: O Anjo do presépio antigo de casa dos avós, que vela pelo Menino que acaba de nascer. Sentir o cheiro doce da canela e preparar a mesa para o jantar. As mensagens dos amigos. Os presentes bem escondidos porque a Mana ainda gosta de ir bisbilhotar, apesar da fúria da Mãe. Ir trocar de roupa porque estou cheia de terra e musgo. Limpar todo o lixo que fizémos antes que a Mãe apareça. Sentar no sofá e esperar o resto da família. Viver cada momento como se nunca tivesse sido Natal. Pensar que podia ser todos os dias...
1 comentário:
Deixar aqui uma palavra é um Natal como outro qualquer. Roer unhas não serve para nada. Avança.
Enviar um comentário