quarta-feira, dezembro 09, 2009

A Ignorância, Milan Kundera

Quando se fala da obra de Kundera, não se pode dissocia-la da vida do autor. Exilado em França desde 1975, depois de ter sido expulso (pela 2ª vez) do Partido Comunista Checo e de uma intensa actividade política, Kundera acaba sempre por, na sua obra litarária, escrever sobre os temas da emigração, da política, da liberdade, da saudade.
"A Ignorância", publicado em 2000, tempos depois da Queda do Muro e do Comunismo na actual República Checa, não foge à regra, mas desta vez aborda o "sentido" de voltar à terra natal. E objectivamente não lhe dá grande sentido, uma vez que as lembranças têm uma espécie de validade e os laços não são eternos.  Faz constante referência à "Odisseia" de Homero, em que Ulisses volta ao lar depois da Guerra de Tróia e pouco se identifica com a realidade que o rodeia (fez-me recordar também o inferno das Traduções de Latim para Português nos meus tempos de Liceu).

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