É o segundo da Triologia que versa sobre os tempos da ditadura de Vargas no Brasil. É, como o primeiro volume, uma incursão histórica que ajuda a perceber uma parte fulcral da história do Brasil. Amado cria mais um romance através da história, mostra dois mundos (pelo menos) que à época se degladiavam - os que lutavam pelos direitos da classe operária e a burguesia que aspirava poder e dinheiro a qualquer custo. Não será um livro imparcial, nem pretenderá sê-lo.
Muitas das personagens se mantêm, outras aparecem. Doroteu, o negro estivador do porto que casa com Inácia, uma mulata que acaba por ser "a bandeira" da greve (o adjectivo bandeira não foi escolhido ao acaso). Ambos se unem pelo amor e por uma causa, Inácia morre a defender a causa.
Mariana e Manuela são duas peças centrais de ambos os lados da barricada: a primeira, comunista assumida e que vive para o partido. Manuela, que priva com esse lado burguês da sociedade brasileira (apesar das origens humildes) e que acaba por ser vítima da hipocrisia e mau carácter dos que a rodeiam.
Há também elementos dentro do Partido Comunista que traem, há greves, há mortes, prisões, repressão. Há uma enorme vontade de alguns para mudar esse Estado Novo, que presta vassalagem a Hitler e a Franco, que abre as portas aos americanos e que reprime o seu povo. Há, acima de tudo, uma causa.
Sem comentários:
Enviar um comentário