quarta-feira, janeiro 05, 2011

A propósito dos defensores das touradas e afins

Que fique bem claro: não sou e nunca serei vegetariana. Gosto de quase todo o tipo de carne e por alguma razão existe Roda dos Alimentos. Portanto não me venham os defensores das touradas e de outros espectáculos degradantes (mais para o homem do que propriamente para os animais) com o discurso do que se come, e que se mata para comer. É que é uma questão, para mim, do mais simples que há.
Não aceito que se usem animais - e principalmente o seu sofrimento - para um espectáculo bárbaro (sim, aqui sou tudo menos tolerante), onde nem há o espírito de jogo em que ou se ganha ou se perde. Na tourada, perde sempre o mesmo, ainda que de vez em quando o "lado mais forte" saia um bocadinho humilhado. Não é uma relação justa, não há duas partes com poderes semelhantes. E portanto não há justiça. Há argumentos que me recuso a discutir, como "o touro não sofre" ou "a carne é aproveitada" porque de tão idiotas que são, far-me-ia uma pessoa igualmente idiota tentar deitá-los abaixo.
Abaixo as touradas, pois. Sim, eu como caça (e que bem que me sabe) e até aceito a caça como um desporto com um objectivo: comer o que se caça. Não é verdadeiro o caçador que mata para ter o maior número de peças e depois as deita - ou parte delas - fora. Primeiro, porque há fome neste mundo. Neste país. Aqui ao lado, mesmo. Depois porque se assim for, a caça per si deixa de fazer sentido.
Sim, adoro arroz de cabidela, adoro tordos, perdizes e pombos. Adoro coelhinho, adoro entrecosto. Desde que não se faça da morte dos bichos um espectáculo e se provoque o seu sofrimento para nosso bel' prazer.

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