quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Ainda o Referendo

Andava há dias angustiada a pensar que só eu é que era a iluminada que pensava que, precisamente por este referendo não ter sido vinculativo, tudo devia ficar como está. Descobri ontem que bem perto de mim há alguém que pensa com eu. Ainda assim, estranhei. Até a direita baixou os braços e aceitou a mudança da lei. Finalmente descubro que não estou sozinha no mundo (apesar de não gostar especialmente da companhia). Disse Luís Delgado no DN de segunda-feira:
"Vamos por partes: quando o PS e o PM [Primeiro Ministro] partiram para este referendo sabiam as regras do jogo, que não podiam ser mais claras. Só era possível vincular a maioria se mais de metade do eleitorado votasse. E os eleitores, na sua soberana decisão, que tem de ser integralmente respeitada, decidiram não aparecer nas urnas, por todos os motivos, incluindo os que acham que a abstenção é uma forma de expressão legítima de não aceitação do referendo.
Por outras palavras, e como ninguém pode explicar o novo fracasso referendário com ideias simplistas, como a questão do mau tempo, é bom fazer o que parece básico e legal: cumprir a Constituição e não aceitar uma mudança da lei com um referendo que não vincula ninguém."
Claro que para além desta citação (na qual me revejo - ao que eu cheguei, ser obrigada a concordar com a direita, ou alguma dela!) disse uma série de disparates. Mas o essencial está aqui e o artigo na íntegra ali.
Bem sei que os partidos que "perderam" o referendo estão bem caladinhos por razões políticas (a política, neste país, torna-nos cobardes), mas e os movimentos sociais que emergiram durante a campanha e pré-campanha? Submergiram já?

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