quarta-feira, novembro 10, 2010

Fuga para a frente

Fui embora devagar, como quem não vai mas vai. Fui saindo, a dar passos para trás porque não gosto de virar as costas. Tinha de ser, às vezes temos de ir embora devagarinho, sem pressa ou despedidas.

Não te disse adeus, não te apercebeste que fui. Porque parece que estou, sem que entendas que na verdade não estou. Não é um jogo de palavras: não te olho, não te vejo mesmo que estejas à minha frente porque não te quero ver, não te sorrio porque não me apetece, não tenho vontade.

Um dia talvez grite, talvez me dê ao trabalho de explicar ou de pedir que me expliques o inexplicável.

Hoje não. Tenho grande parte do que preciso para ser feliz. O buraco fechou, aquele junto ao ventrículo esquerdo.

3 comentários:

Soba disse...

Tá muito bom! De quem é?

joaninhalibelinha disse...

Depois admiras-te que te bato...

Anónimo disse...

Parabéns o sopro esta curado:D