Não ligo nenhuma, apesar de acabar sempre por (tentar) deixar a casa arrumada. Amanhã é só amanhã. Não deixo de fazer projectos - como quase todos os dias - nem deixo de guardar esperanças. Venha daí 2011, estou de peito aberto! (sempre que digo/escrevo isto soa-me um bocado mal - também não podia deixar de abardinar um bocado...)
Na vida real as aparências estão do outro lado do espelho. Na vida real não me assemelho à simulação das evidências (SG)
sexta-feira, dezembro 31, 2010
quarta-feira, dezembro 29, 2010
O poder dos blogues
Não se fala de outra coisa (fala, mas eu gosto de exagerar) na blogosfera: a Ensitel, a liberdade de expressão, Maria João Nogueira e telemóveis, reclamações, enfim, toda uma panóplia de notícias e comentários que, em primeiro lugar, me deram alguns ataques de riso e, em segundo lugar, me fazem crer que ou isto anda tudo doido ou então não sei (de facto há muita coisa que não sei). Resumindo, a "famigerada" co-autora dum blogue que vou seguindo com mais ou menos atenção, publica em 2009 e depois, sempre que se justificou, uma história quase anedótica dum (já célebre) telemóvel que foi adquirido já com defeito. Depois de reclamações, Tribunal Arbitral - e um personagem que identifico, não por conhecer aquele especificamente, até porque a autora não diz o nome do Ilustre Magistrado, mas por reconhecer-lhe tantas semelhanças com tanto do que penso e vejo na Justiça e nos tribunais - enfim, depois de uma autêntica telenovela, foi "intimada" pelos advogados da empresa a APAGAR o que escreveu nos seus blogues acerca da Ensitel. Entretanto fui espreitar os comentários no blogue, e se aquilo não é de chorar a rir, não sei.
Primeiro são os que concordam, que lhe dizem para ir "para a frente com esta luta" como se de um caso de vida ou morte se tratasse. Depois são os funcionários da Ensitel que não sabem escrever - é com cada "calinada" que até magoa - e que não são muito entendidos nestas coisas que vão para lá insultar a senhora sem se lembrarem que os autores do blogue podem - se quiserem - ter acesso aos IP's de quem os visita, tendo a autora verificado que se tratava dum IP da Ensitel. Não contentes, uma das supostas funcionárias da empresa escreve via e-mail à autora (e-mail esse que a mesma faz questão de publicar) a insultá-la do pior que há.
Nestes últimos tempos tenho tido o azar (ou algumas empresas tiveram o azar de me apanhar à frente, não sei) de ter de fazer algumas reclamações - já fui "comida por parva" tantas vezes que houve um dia que disse "basta" e reclamo sempre que acho que tenho razão (sim, reconheço que é quase sempre - depois auto-flagelo-me porque sou arrogante, agora não me apetece). Desde que o comecei a fazer que percebi que as reclamações - pelo menos em algumas empresas - resolvem muitos problemas (os meus, até ver, têm sido resolvidos).
A notícia já chegou aos jornais, ao Facebook e ao Twitter. Acho que andamos todos com vontade de bater em alguém, a Ensitel teve azar, mas de facto em vez de dar uma porcaria dum telemóvel novo à senhora, optou por pagar a advogados para a ameaçarem. Está a correr-lhes mal, e eu não tenho pena.
terça-feira, dezembro 28, 2010
Da amizade
Manda-me uma carta em correio azul
para eu guardar no castanho dos armários
no meio de testemunhos vários
escritos por letras tão distantes
murmúrios amantes
que a vida me oferece
só por muito amar
Sérgio Godinho
Hoje mandei-te uma carta em Correio Azul. Mais um dos meus presentes no mínimo... improváveis.
para eu guardar no castanho dos armários
no meio de testemunhos vários
escritos por letras tão distantes
murmúrios amantes
que a vida me oferece
só por muito amar
Sérgio Godinho
Hoje mandei-te uma carta em Correio Azul. Mais um dos meus presentes no mínimo... improváveis.
1%
Segundo o parecer do Tribunal de Contas sobre a Conta Geral do Estado desse ano, ontem divulgado[dia 22 de Dezembro], 61 por cento dos 2,2 mil milhões de euros foram para a banca, 36 por cento para as empresas e um por cento para o apoio ao emprego.
in Público a 23/12/2010
Vou abster-me de qualquer tipo de comentário: isto é 1% do que poderia dizer.
segunda-feira, dezembro 27, 2010
Foi o primeiro Natal sem ti. Todos te lembrámos, pouco se falou dessas lembranças - há coisas que ainda custam muito a engolir. Todos os anos vivo o Natal à minha maneira, uma maneira diferente de todos. Para eles, é Família (e não há nada mais cristão que isso). Eu não vivo mais nem menos, só penso de maneira diferente. Este ano, mais do que celebrar o nascimento do Menino (que se fez um grande homem) acabámos por te celebrar, na tua ausência, mas em silêncio entre conversas e gargalhadas. É o Natal dos simples, duma ausência que não se cura mas que se vive como se pode.
quarta-feira, dezembro 22, 2010
Os Subterrânos da Liberdade I - Os ásperos tempos, Jorge Amado
Uma crítica feroz ao regime ditatorial Brasileiro, o também chamado "Estado Novo" sob a égide de Getúlio Vargas. Jorge Amado descreve dois lados duma sociedade em ebulição: de um lado o poder (e a noção de que as grandes decisões são tomadas longe do ditador) e de outro a oposição, comunistas convictos que dedicam a vida à causa que acham justa.
O romance começa antes do golpe de 1937 com alguns acontecimentos que marcaram o Brasil nesta época - expectativas de uns, receios de outros e termina ainda com Vargas no poder. São inúmeras as personagens, divididas por dois "lados da barricada", algumas altamente superficiais e outras com uma densidade quase estonteante - curiosamente das personagens femininas do romance.
A minha personagem: o Velho Orestes, um ex-anarca, italiano (que pragueja, como pragueja!!!) homem de enorme coração e paternal. Morre pela sua causa e não há morte mais poética do que esta.
Há muita ideologia (e conflito ideológico) nesta obra, não tanto no que respeita ao óbvio - pela ou contra a Ditadura - mas também (e provavelmente principalmente) dentro da luta operária, comunistas convictos que por vezes põem em causa os meios e outras (menos) vezes os fins.
É o primeiro da triologia que a D. Quixote lança juntamente com toda a obra revista de Jorge Amado.
sexta-feira, dezembro 17, 2010
Eu, completamente eu!
Eu às vezes não sei o que hei-de dizer
sou refém da palavra que me quer fugir
prendo o salto no verbo que deve ser
ou tropeço no nome a seguir
(desato a rir
não lembro de mais nada
eu desato a rir
o fio escapa à meada
eu desato a rir
e sim, e coisa e tal
eu sei lá)
Tiago Torres Silva
sou refém da palavra que me quer fugir
prendo o salto no verbo que deve ser
ou tropeço no nome a seguir
(desato a rir
não lembro de mais nada
eu desato a rir
o fio escapa à meada
eu desato a rir
e sim, e coisa e tal
eu sei lá)
Tiago Torres Silva
quinta-feira, dezembro 16, 2010
ADEUS TRISTEZA, ATÉ DEPOIS
Já dizia o poeta que "é melhor ser alegre que ser triste", mas isso não faz com que seja fácil ser Alegre. Não é fácil ser Alegre.
Um alegre candidato tem que calar a opinião de um alegre deputado o que choca com um alegre poeta que ninguém cala. Ora quando quem cala o alegre poeta - e o alegre deputado, e o alegre socialista, e o alegre dono do anti-fascismo - é ele próprio, perde-se a alegria e a coisa faz curto-circuito.
Um alegre livre pensador de esquerda, defensor dos direitos dos trabalhadores, que de forma louçãnica se revoltou contra a política do Sr. José precisa agora do apoio do Sr. José e dos amigos do Eng.º José, mas não pode concordar com as políticas do Sr. José, mas também não pode dizer que não concorda... nem dizer que concorda... e a coisa faz curto-circuito.
Uma alegre personificação da luta anti-fascista pela liberdade não pode pactuar com quem aprove em segredo voos da CIA, o que é uma chatice quando é a quem o apoia que se atribuem essas práticas menos transparentes... e é quem também o apoia mas mais em bloco quem condena estas práticas menos transparentes... e o eu alegre que ninguém cala não pode dizer ai... nem ui... e a coisa faz curto-circuito.
Não é fácil ser alguém que ninguém cala e não poder dizer o que quer que seja. Fica-se meio encavacado...
via http://31dasarrafada.blogs.sapo.pt/ por arcebisposarrafeiro
Pois é. Estou a ficar com sérios problemas...
Já dizia o poeta que "é melhor ser alegre que ser triste", mas isso não faz com que seja fácil ser Alegre. Não é fácil ser Alegre.
Um alegre candidato tem que calar a opinião de um alegre deputado o que choca com um alegre poeta que ninguém cala. Ora quando quem cala o alegre poeta - e o alegre deputado, e o alegre socialista, e o alegre dono do anti-fascismo - é ele próprio, perde-se a alegria e a coisa faz curto-circuito.
Um alegre livre pensador de esquerda, defensor dos direitos dos trabalhadores, que de forma louçãnica se revoltou contra a política do Sr. José precisa agora do apoio do Sr. José e dos amigos do Eng.º José, mas não pode concordar com as políticas do Sr. José, mas também não pode dizer que não concorda... nem dizer que concorda... e a coisa faz curto-circuito.
Uma alegre personificação da luta anti-fascista pela liberdade não pode pactuar com quem aprove em segredo voos da CIA, o que é uma chatice quando é a quem o apoia que se atribuem essas práticas menos transparentes... e é quem também o apoia mas mais em bloco quem condena estas práticas menos transparentes... e o eu alegre que ninguém cala não pode dizer ai... nem ui... e a coisa faz curto-circuito.
Não é fácil ser alguém que ninguém cala e não poder dizer o que quer que seja. Fica-se meio encavacado...
via http://31dasarrafada.blogs.sapo.pt/ por arcebisposarrafeiro
Pois é. Estou a ficar com sérios problemas...
terça-feira, dezembro 14, 2010
Simplicity
Dizem-me para não me preocupar, que tudo volta ao seu lugar. Não entendem - nem sei se entenderão algum dia - que eu não quero que volte tudo ao mesmo sítio. É andar em círculos, é estúpido. Sim, é estúpido.
Talvez não seja preciso explicar mais nada. Não me darei a esse trabalho, hoje.
Talvez não seja preciso explicar mais nada. Não me darei a esse trabalho, hoje.
segunda-feira, dezembro 13, 2010
Voos
Passei a guardar expectativas na cave do meu cérebro e percebo que não há nada melhor do que não esperar nada de ninguém. Há coisas que sabemos que podemos esperar das pessoas de quem gostamos, outras que, com a dose de incerteza que sempre há nas relações humanas devemos deixar acontecer. E percebo que sou muito mais feliz assim. Mais vale um voo inesperado do que uma queda sem razão.
Tenho dito.
Os dias
Dias com amigos, dias em família, estrada, muita estrada. Sabe bem voltar, tão bem como soube ir.
"Brunch" de "despedida" no norte - que saudades! - visita aos Sobrinhos-mais-lindos-do-mundo.
As novas do Migalhinha, para além do célebre "Eu xou muito mau" agora tem um cão de brincar que se chama "Meu Filho". O Vasquinho "bom garfo" que explica à Tia (e para grande orgulho dela): "Sabes, tia, a minha cor preferida é o vermelho. E vermelho é o mesmo que encarnado". No meio do ataque de riso respondi-lhe que o avô Ni não ia gostar muito daquela afirmação (o avô Ni bem tenta que os netos não sejam alfacinhas, mas acho que é uma batalha perdida).
É estar com amigos de sempre de quem tenho saudades e cujo encontro sabe sempre a muito pouco. É descansar dos pais (que preciso que era!) e acabar por ter saudades. É estar um dia inteiro com a Mana nas compras e fazer disparates e a rir à gargalhada, é a felicidade de nos vermos iguais a nós mesmas - apesar de eu não ter crescido e de seres mãe de família - e de eu continuar a fazer disparates e figuras tristes e de pôr toda a gente a olhar para nós, uns a rir, outros a pensar que sou maluquinha!
É Lisboa, essa cidade que eu adoro só porque sim.
segunda-feira, dezembro 06, 2010
Histórias da (minha) vida
Quantas vezes julgas alguém
por julgar ter mais do que tem e não ter a noção de si,
tu não tens a noção de ti.
Quantas vezes queres e não tens,
tantas vezes tens e nem tens a noção do que tens aí.
Deolinda
por julgar ter mais do que tem e não ter a noção de si,
tu não tens a noção de ti.
Quantas vezes queres e não tens,
tantas vezes tens e nem tens a noção do que tens aí.
Deolinda
quinta-feira, dezembro 02, 2010
Isto podia ter muitos títulos. Mais tolerante é impossível. Brilhante.
(...)
Zé Maria Brito, sj
Nesta como noutras discussões, temos que partir do princípio que quem critica a Igreja não o faz a partir da ignorância. Temos muitas vezes essa tentação. Esta questão tem sido fruto de discussão, ao longo de muito tempo, no interior da própria Igreja. É normal que gere polémica, mas devemos reconhecer que há muitas pessoas que criticam alguns aspectos do pensamento da Igreja (a começar por Católicos muito empenhados) com enorme honestidade intelectual. Os que o fazem desde dentro fazem-no, muitas vezes, com amor a um corpo a que sabem pertencer e no desejo de acertar com a vontade de Deus. Os que não pertencem à Igreja, ao serem ouvidos com todo o respeito, estão também chamados a criticar com respeito. Das inquietações de uns e outros resultam desafios concretos de Deus.
E, quando houver ignorância, depende também de nós desfazer mal entendidos e contribuir para que ela diminua.
Zé Maria Brito, sj
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