quarta-feira, dezembro 22, 2010

Os Subterrânos da Liberdade I - Os ásperos tempos, Jorge Amado

Uma crítica feroz ao regime ditatorial Brasileiro, o também chamado "Estado Novo" sob a égide de Getúlio Vargas. Jorge Amado descreve dois lados duma sociedade em ebulição: de um lado o poder (e a noção de que as grandes decisões são tomadas longe do ditador) e de outro a oposição, comunistas convictos que dedicam a vida à causa que acham justa.
O romance começa antes do golpe de 1937 com alguns acontecimentos que marcaram o Brasil nesta época -  expectativas de uns, receios de outros e termina ainda com Vargas no poder. São inúmeras as personagens, divididas por dois "lados da barricada", algumas altamente superficiais e outras com uma densidade quase estonteante - curiosamente das personagens femininas do romance.
A minha personagem: o Velho Orestes, um ex-anarca, italiano (que pragueja, como pragueja!!!) homem de enorme coração e paternal. Morre pela sua causa e não há morte mais poética do que esta.
Há muita ideologia (e conflito ideológico) nesta obra, não tanto no que respeita ao óbvio - pela ou contra a Ditadura - mas também (e provavelmente principalmente) dentro da luta operária, comunistas convictos que por vezes põem em causa os meios e outras (menos) vezes os fins.
É o primeiro da triologia que a D. Quixote lança juntamente com toda a obra revista de Jorge Amado.

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