Rui é o narrador e também um jovem adolescente que vivia em Angola com a família em 1974. Nunca conheceu a metrópole até ser obrigado a fugir para lá. O pai fora preso horas antes por angolanos, não partiu com ele, a mãe e a irmã. Rui chega à metrópole como o "homem da família" que sente que tem de cuidar. Vão para um hotel como muitos dos retornados, até conseguirem refazer a vida. Mas as esperanças da metrópole rapidamente caem por terra. O retorno não é o exílio, mas podia ser. As saudades de África, o medo de o pai ter morrido, a metrópole que os não trata bem. A mulher do porteiro Queine. Os amigos que deixou. A escola em que a "puta" da professora de matemática manda os retornados para o fim da sala e nem se preocupa em saber o nome deles.
É um livro de tristezas, mas de esperanças e de sonhos. O pai acaba por chegar. O Tio Zé já não é "paneleiro", apareceu com a noiva.
Uma obra brilhantemente escrita.
Obrigada, M.
2 comentários:
Um post sobre as vítimas e os refugiados do teu 25 de Abril um dia depois do 25 de Abril. Irónico? =)
Tens razão. Viva a colonização e as atrocidades que por lá fizemos. Querias resposta, não era?
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