Teresa tinha aquele desejo íntimo que nunca disse a ninguém. Queria paz no mundo, queria acordar e ter a certeza que tudo estaria bem em todo o lado. Nunca o disse, sob pena de ser comparada a uma candidata a “Miss”. Além de tudo Teresa tinha sentido de humor. Ria imenso, com vontade, era alegre. Chegada a casa sozinha pensava muito, olhava o tecto, a noite, a lua... Lembrava-se daquela música que a acompanhou durante tantas viagens de carro, aquela que nunca se cansou de ouvir. Sim, Teresa também se cansava. Às vezes cansava-se das pessoas, e isso entristecia-a. Não gostava de ser impaciente, mas era. Não gostava de se aborrecer com algumas pessoas de quem gostava, mas aborrecia. Sempre quis ter aquela paciência sem limites que via em algumas pessoas que admirava, mesmo sabendo que também elas a perdiam às vezes. Teresa nunca conseguiu ser muito paciente, pelo menos não quando foi mais preciso.
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