Fenomenal. Talvez o melhor da triologia Millennium do escritor que os leitores deste blogue já conhecem. Personagens conhecidas, outras nem tanto, e mais uma vez a maioria com uma densidade que não se adivinharia num texto corrido, cheio de descrições mas ainda assim simples e objectivo. Lisbeth, a estranha rapariga que surge logo no primeiro livro da saga, é nesta obra a personagem central: é à volta e a partir dela que surgem as restantes personagens surgem, inclusivamente o jornalista Mikael Blomkvist que se vê enrolado, mais uma vez, em toda a trama, por um lado por pura coincidência e por outro porque há, desde "Os homens que odeiam as mulheres" uma relação ainda que estranha, ainda que confusa, com Lisbeth, a quem deve a vida. Desta vez é toda a história da infância e juventude de Lisbeth que explicam o seu feitio pouco sociável, o seu ódio tantas vezes descrito pelas instituições suecas, depois de "todo o mal" ter acontecido na sua infância. É aqui que tudo se explica, e onde Lisbeth percebe que afinal tem mais pessoas em quem pode confiar, onde percebe que deve a sua vida - a sua liberdade - em quem nunca depositou confiança alguma. "A vingança é uma força poderosa".
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